"Somente através do grupo, eu percebi - compartilhando o sofrimento do grupo - o corpo alcançaria aquela altura existencial que o indivíduo sozinho nunca poderia alcançar.
E para o corpo alcançar o nível em que o divino poderia ser vislumbrado, uma dissolução da individualidade era necessária ...o grupo deveria estar aberto à morte - o que significava, é claro, que deveria ser uma comunidade de guerreiros.
Eu quero fazer da minha vida um poema."
- Yukio Mishima
E para o corpo alcançar o nível em que o divino poderia ser vislumbrado, uma dissolução da individualidade era necessária ...o grupo deveria estar aberto à morte - o que significava, é claro, que deveria ser uma comunidade de guerreiros.
Eu quero fazer da minha vida um poema."
- Yukio Mishima
O Papa Francisco faleceu e agora nos cabe analisar o seu legado e a importância do seu Pontificado.
https://novaresistencia.org/2025/04/22/o-legado-do-papa-francisco/
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Nova Resistência
O Legado do Papa Francisco | Nova Resistência
O Papa Francisco faleceu e agora nos cabe analisar o seu legado e a importância do seu Pontificado. Comentar sobre o Papa Francisco é complicado porque ele foi provavelmente o maior alvo de desinformação dentre os Papas do último século. Sim, em alguma medida…
Forwarded from Lucas Leiroz (Лукас Лейрос)
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Leonid Savin analisa como a IX Cúpula da CELAC reflete a necessidade de coordenação latino-americana frente às novas tarifas protecionistas de Trump e às pressões militares dos EUA, evidenciadas pela recente tentativa americana de obter passagem privilegiada no Canal do Panamá e pelas ameaças de intervenção contra cartéis mexicanos, tornando urgente um mecanismo regional de defesa contra medidas coercitivas de Washington.
https://novaresistencia.org/2025/04/19/celac-e-os-desafios-para-a-america-latina/
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Nova Resistência
CELAC e os Desafios para a América Latina | Nova Resistência
Leonid Savin analisa como a IX Cúpula da CELAC reflete a necessidade de coordenação latino-americana frente às novas tarifas protecionistas de Trump e às pressões militares dos EUA, evidenciadas pela recente tentativa americana de obter passagem privilegiada…
José Alsina Calvés examina como a vitória de Trump marca abandono do paradigma liberal nas relações internacionais em favor do realismo político. O autor contrasta a abordagem globalista baseada em “valores democráticos” com o novo foco no interesse nacional americano, alertando que apesar da ruptura com o multilateralismo, certas políticas prejudiciais à Espanha e à Hispano-América permanecem inalteradas, como o apoio incondicional a Israel e Marrocos.
https://novaresistencia.org/2025/04/19/o-turbilhao-de-trump-e-a-mudanca-de-paradigma-nas-relacoes-internacionais/
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Nova Resistência
O turbilhão de Trump e a mudança de paradigma nas Relações Internacionais | Nova Resistência
José Alsina Calvés examina como a vitória de Trump marca abandono do paradigma liberal nas relações internacionais em favor do realismo político. O autor contrasta a abordagem globalista baseada em "valores democráticos" com o novo foco no interesse nacional…
O filósofo russo Alexander Dugin declara a inevitabilidade de construção de um Macro-Estado Eurasiático nos territórios da ex-URSS e do antigo Império Russo.
https://novaresistencia.org/2025/04/17/o-retorno-do-macro-estado-eurasiatico/
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Nova Resistência
O Retorno do Macro-Estado Eurasiático | Nova Resistência
O filósofo russo Alexander Dugin declara a inevitabilidade de construção de um Macro-Estado Eurasiático nos territórios da ex-URSS e do antigo Império Russo. Quando ficou claro que a Comunidade dos Estados Independentes (CEI) não conseguia cumprir a tarefa…
Forwarded from Legio Victrix
https://legio-victrix.blogspot.com/2025/04/alberto-buela-notas-sobre-o.html
"Nestes dias, fala-se muito nos grandes meios de comunicação sobre o tema do ressentimento no agir político. E como já nos perguntaram várias vezes sobre o tema, tentaremos de forma breve e clara fixar algumas notas sobre o conceito mencionado. O ressentimento é um fenômeno complexo, baseado na consciência da própria incapacidade e fraqueza, principalmente quando essa incapacidade não permite realizar a vingança desejada.
Sua importância na gênese da moral é que pode dar lugar a uma inversão da hierarquia de valores, julgando como superiores os valores que podem ser realizados e como desprezíveis os valores que são inacessíveis para o homem ressentido. Existe uma consciência de impotência diante dos valores verdadeiros."
"Nestes dias, fala-se muito nos grandes meios de comunicação sobre o tema do ressentimento no agir político. E como já nos perguntaram várias vezes sobre o tema, tentaremos de forma breve e clara fixar algumas notas sobre o conceito mencionado. O ressentimento é um fenômeno complexo, baseado na consciência da própria incapacidade e fraqueza, principalmente quando essa incapacidade não permite realizar a vingança desejada.
Sua importância na gênese da moral é que pode dar lugar a uma inversão da hierarquia de valores, julgando como superiores os valores que podem ser realizados e como desprezíveis os valores que são inacessíveis para o homem ressentido. Existe uma consciência de impotência diante dos valores verdadeiros."
Blogspot
Alberto Buela - Notas sobre o Ressentimento
Blog dedicado à apresentação de textos, artigos e entrevistas da Nova Direita, do Eurasianismo e da Revolução Conservadora.
Superados pela China no campo da IA, os EUA sob Trump pretendem fazer imensos investimentos nesse setor para recuperar a vantagem perdida.
https://novaresistencia.org/2025/04/17/o-stargate-de-donald-trump/
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Nova Resistência
O "Stargate" de Donald Trump | Nova Resistência
Superados pela China no campo da IA, os EUA sob Trump pretendem fazer imensos investimentos nesse setor para recuperar a vantagem perdida. Além de seus já mencionados interesses em recursos naturais e no controle sobre eles, Donald Trump consolidou-se como…
🇧🇷🤝🇷🇺 A Nova Resistência tem orgulho de anunciar a reabertura do curso virtual de russo, em convênio com a Universidade Federal do Sul (de Rostov) e a Fundação Russkiy Mir.
Trata-se de um curso formal que garante proficiência e fornece certificado de conclusão após a realização das provas ao término de cada nível.
O preço é bastante acessível e as aulas começam no final de maio; mas as vagas são limitadas.
Façam sua inscrição: https://sites.google.com/view/cursos-de-russo
Trata-se de um curso formal que garante proficiência e fornece certificado de conclusão após a realização das provas ao término de cada nível.
O preço é bastante acessível e as aulas começam no final de maio; mas as vagas são limitadas.
Façam sua inscrição: https://sites.google.com/view/cursos-de-russo
O diretor David Lynch, recém-falecido, foi um dos últimos cineastas verdadeiramente iniciáticos do cinema ocidental.
https://novaresistencia.org/2025/04/17/david-lynch-filmes-para-despertar-da-estupefacao/
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Nova Resistência
David Lynch: Filmes para Despertar da Estupefação | Nova Resistência
O diretor David Lynch, recém-falecido, foi um dos últimos cineastas verdadeiramente iniciáticos do cinema ocidental. Enquanto a maioria dos diretores faz filmes que adormecem a mente dos espectadores, ele escolheu um caminho diferente e buscou despertá-los.…
Forwarded from Raphael Machado
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Jones Manoel x Rubão: A Batalha Final | Pílulas Vermelhas #283
As críticas de Jones Manoel ao Rubão fazem sentido?
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Forwarded from Lucas Leiroz (Лукас Лейрос)
Pouca gente deu a devida atenção à confirmação da presença de tropas norte-coreanas na Rússia, principalmente porque a mídia ocidental falou tanto disso que todo mundo já estava acreditando no que até então eram apenas boatos.
Mas chamo atenção para um detalhe: a Rússia nunca negou oficialmente, nem havia confirmado até agora, a presença dos coreanos. A mídia ocidental e a Ucrânia falavam o tempo inteiro que havia tais tropas, mas nunca trouxeram qualquer prova senão imagens de soldados asiáticos do interior da Rússia (por vezes tendo a coragem de mostrar o passaporte em língua russa destes soldados e afirmando ser "da Coreia").
Ou seja, havia norte-coreanos ali, mas o inimigo nunca conseguiu provar. Sabem o que isso significa? Que as forças ucranianas e seus mestres da OTAN não conseguiram matar ou capturar um norte-coreano sequer no campo de batalha.
Isso diz muito sobre a realidade da guerra e o "equilíbrio" de forças. Aparentemente, os soldados norte-coreanos não são tão "famintos e desnutridos" como se esperava.
No mais, zero polêmica ou surpresa. Rússia e Coreia do Norte mantêm juntas um acordo de defesa coletiva. Guerra contra uma é guerra contra a outra. A Coreia tem o mesmo direito de lutar contra a Ucrânia que a OTAN teria de intervir por um país membro em caso de ataque russo.
O Ocidente precisa abrir o olho. Se não conseguiram deter um coreano sequer em Kursk, imagina como seria uma guerra na Ásia...
Mas chamo atenção para um detalhe: a Rússia nunca negou oficialmente, nem havia confirmado até agora, a presença dos coreanos. A mídia ocidental e a Ucrânia falavam o tempo inteiro que havia tais tropas, mas nunca trouxeram qualquer prova senão imagens de soldados asiáticos do interior da Rússia (por vezes tendo a coragem de mostrar o passaporte em língua russa destes soldados e afirmando ser "da Coreia").
Ou seja, havia norte-coreanos ali, mas o inimigo nunca conseguiu provar. Sabem o que isso significa? Que as forças ucranianas e seus mestres da OTAN não conseguiram matar ou capturar um norte-coreano sequer no campo de batalha.
Isso diz muito sobre a realidade da guerra e o "equilíbrio" de forças. Aparentemente, os soldados norte-coreanos não são tão "famintos e desnutridos" como se esperava.
No mais, zero polêmica ou surpresa. Rússia e Coreia do Norte mantêm juntas um acordo de defesa coletiva. Guerra contra uma é guerra contra a outra. A Coreia tem o mesmo direito de lutar contra a Ucrânia que a OTAN teria de intervir por um país membro em caso de ataque russo.
O Ocidente precisa abrir o olho. Se não conseguiram deter um coreano sequer em Kursk, imagina como seria uma guerra na Ásia...
Forwarded from Lucas Leiroz (Лукас Лейрос)
My latest
Moldova ceding its territory to Western financial predators
https://infobrics.org/post/44026
Moldova ceding its territory to Western financial predators
https://infobrics.org/post/44026
BRICS
Moldova ceding its territory to Western financial predators
Moldovan government is taking a similar path to Ukraine.
Forwarded from Raphael Machado
https://www.dailymotion.com/video/x9ingl4
Estive hoje na Telesur para comentar sobre as tentativas de assassinato de Traoré e de desestabilização de Burkina Faso.
Estive hoje na Telesur para comentar sobre as tentativas de assassinato de Traoré e de desestabilização de Burkina Faso.
Dailymotion
El Mapa 28-04-25: Burkina Faso | Desmantela plan de desestabilización - Vídeo Dailymotion
Ver El Mapa 28-04-25: Burkina Faso | Desmantela plan de desestabilización - teleSUR tv en Dailymotion
Forwarded from Raphael Machado
Índia, Paquistão & Caxemira
O fato de que as tensões entre Índia e Paquistão não estão desescalando demonstra que a fase atual desse conflito de décadas é, pelo menos, suficientemente relevante para merecer uma breve análise.
A causa imediata da atual escalada entre Índia e Paquistão (que já viu expulsão de cidadãos de ambos países, ruptura de tratados e relações comerciais e mobilização de tropas, além de algumas escaramuças) foi um atentado terrorista praticado por um grupo chamado "Frente de Resistência", que seria um derivado do grupo salafista Lashkar-e-Taiba, baseado no Paquistão. O atentado em questão causou a morte de quase 30 turistas que passeavam na Caxemira, em sua maioria indianos.
O conflito não é coisa recente, porém. Na prática, em alguma medida, ele parece que foi projetado desde o início pelos britânicos. Quando da preparação da partição do domínio britânico indostânico, levantou-se a questão da sua fragmentação em pelo menos duas partes. Sendo impossível transformar uma região tão complexa do mundo em dois Estados-nações de base étnica, os britânicos prepararam o caminho para o que seria o mais próximo possível disso, dois Estados-nações cuja pretensão à "homogeneidade" se fundava na religião.
Inicialmente tendo como fundamento um interesse por cortejar a elite islâmica de Bengala para instrumentalizá-la contra os hindus, com isso estava plantada no longo prazo a semente de um conflito que se provaria inevitável, já que por razões históricas ambos países continham populações da religião majoritária do outro país. É na elite islâmica que buscava se ocidentalizar, aliás, que se encontra a raiz do "separatismo islâmico" na Índia, vide as ideias de Sayyed Ahmad Khan, as quais são posteriormente superadas pelas ideias de teor mais "tradicionalista" de Muhammad Iqbal e Muhammad Ali Jinnah.
A Caxemira ficava bem no meio da fratura indostânica, e apesar da população majoritariamente islâmica, sua elite governante era hindu. Inicialmente, portanto, a Caxemira se recusou a se integrar fosse no Paquistão ou na Índia, e teve a pretensão de se estabelecer como Estado independente. Os paquistaneses consideraram a decisão absurda, e em seu irredentismo tentaram assegurar a Caxemira pela força, o que levou o seu governo a pedir a anexação à Índia em troca de proteção. A Índia, por sua vez, estava disposta à absorção da Caxemira por considerar que ela era a pátria de todos os indianos, em uma visão imperial suprarreligiosa. Pela Caxemira, por conseguinte, Índia e Paquistão se enfrentaram 3 vezes, em 1947, em 1956 e em 1999.
Agora bem, para além das questões religiosas envolvidas, a região possui uma importância geoestratégica própria. Por sua posição geográfica (situada no entroncamento entre Índia, Paquistão, China e Afeganistão e à beira do Himalaia) a Caxemira é o eixo do Subcontinente Indiano. Os seus rios operam como excelentes fronteiras defensivas naturais para ambos lados, e suas terras são extremamente férteis.
Para o Paquistão, hoje, a Caxemira tem ainda mais importância por causa do projeto do Corredor Sino-Paquistanês ligando o Xinjiang ao porto paquistanês de Gwadar. O projeto, porém, passa por um trecho da Caxemira administrado pelo Paquistão, de modo que uma conflagração generalizada na região sepultaria o projeto e, possivelmente, cortaria o Paquistão da China. O Corredor é necessário, fundamentalmente, para reduzir a dependência paquistanesa em relação aos EUA e à Arábia Saudita.
Nesse contexto do interesse paquistanês pela Caxemira é que se deve ler, também, a política externa do país em relação a esse tópico desde os anos 80. Após ser derrotada militarmente pela Índia, o ISI (o serviço de inteligência paquistanês, que é quase um Estado paralelo) passou a usar o Afeganistão para treinar insurgentes a serem utilizados na Caxemira com o objetivo de desestabilizar a região e, com sorte, separá-la da Índia. Esse tem sido o tom da projeção de poder do Paquistão não apenas na Caxemira, mas no próprio Afeganistão e no resto da região.
O fato de que as tensões entre Índia e Paquistão não estão desescalando demonstra que a fase atual desse conflito de décadas é, pelo menos, suficientemente relevante para merecer uma breve análise.
A causa imediata da atual escalada entre Índia e Paquistão (que já viu expulsão de cidadãos de ambos países, ruptura de tratados e relações comerciais e mobilização de tropas, além de algumas escaramuças) foi um atentado terrorista praticado por um grupo chamado "Frente de Resistência", que seria um derivado do grupo salafista Lashkar-e-Taiba, baseado no Paquistão. O atentado em questão causou a morte de quase 30 turistas que passeavam na Caxemira, em sua maioria indianos.
O conflito não é coisa recente, porém. Na prática, em alguma medida, ele parece que foi projetado desde o início pelos britânicos. Quando da preparação da partição do domínio britânico indostânico, levantou-se a questão da sua fragmentação em pelo menos duas partes. Sendo impossível transformar uma região tão complexa do mundo em dois Estados-nações de base étnica, os britânicos prepararam o caminho para o que seria o mais próximo possível disso, dois Estados-nações cuja pretensão à "homogeneidade" se fundava na religião.
Inicialmente tendo como fundamento um interesse por cortejar a elite islâmica de Bengala para instrumentalizá-la contra os hindus, com isso estava plantada no longo prazo a semente de um conflito que se provaria inevitável, já que por razões históricas ambos países continham populações da religião majoritária do outro país. É na elite islâmica que buscava se ocidentalizar, aliás, que se encontra a raiz do "separatismo islâmico" na Índia, vide as ideias de Sayyed Ahmad Khan, as quais são posteriormente superadas pelas ideias de teor mais "tradicionalista" de Muhammad Iqbal e Muhammad Ali Jinnah.
A Caxemira ficava bem no meio da fratura indostânica, e apesar da população majoritariamente islâmica, sua elite governante era hindu. Inicialmente, portanto, a Caxemira se recusou a se integrar fosse no Paquistão ou na Índia, e teve a pretensão de se estabelecer como Estado independente. Os paquistaneses consideraram a decisão absurda, e em seu irredentismo tentaram assegurar a Caxemira pela força, o que levou o seu governo a pedir a anexação à Índia em troca de proteção. A Índia, por sua vez, estava disposta à absorção da Caxemira por considerar que ela era a pátria de todos os indianos, em uma visão imperial suprarreligiosa. Pela Caxemira, por conseguinte, Índia e Paquistão se enfrentaram 3 vezes, em 1947, em 1956 e em 1999.
Agora bem, para além das questões religiosas envolvidas, a região possui uma importância geoestratégica própria. Por sua posição geográfica (situada no entroncamento entre Índia, Paquistão, China e Afeganistão e à beira do Himalaia) a Caxemira é o eixo do Subcontinente Indiano. Os seus rios operam como excelentes fronteiras defensivas naturais para ambos lados, e suas terras são extremamente férteis.
Para o Paquistão, hoje, a Caxemira tem ainda mais importância por causa do projeto do Corredor Sino-Paquistanês ligando o Xinjiang ao porto paquistanês de Gwadar. O projeto, porém, passa por um trecho da Caxemira administrado pelo Paquistão, de modo que uma conflagração generalizada na região sepultaria o projeto e, possivelmente, cortaria o Paquistão da China. O Corredor é necessário, fundamentalmente, para reduzir a dependência paquistanesa em relação aos EUA e à Arábia Saudita.
Nesse contexto do interesse paquistanês pela Caxemira é que se deve ler, também, a política externa do país em relação a esse tópico desde os anos 80. Após ser derrotada militarmente pela Índia, o ISI (o serviço de inteligência paquistanês, que é quase um Estado paralelo) passou a usar o Afeganistão para treinar insurgentes a serem utilizados na Caxemira com o objetivo de desestabilizar a região e, com sorte, separá-la da Índia. Esse tem sido o tom da projeção de poder do Paquistão não apenas na Caxemira, mas no próprio Afeganistão e no resto da região.
Forwarded from Raphael Machado
Para a Índia, por sua vez, além da importância própria da Caxemira por razões históricas e geoeconômicas, existe a busca por Modi de lavar a honra da Índia após a debacle vergonhosa no Bangladesh, quando a Índia simplesmente testemunhou a perda de seu principal aliado regional para uma revolução colorida, sem esboçar reação (mesmo diante da perseguição a hindus no país vizinho).
É impossível saber se essas tensões eclodirão em um conflito significativo, mas há indícios fortes de preparação de recursos militares por ambos os lados. O ponto importante aí é que o Paquistão possui uma doutrina de "primeiro ataque" com armas nucleares caso a existência de seu Estado seja ameaçada por uma derrota militar. A Índia, por sua vez, só usaria armas nucleares em resposta ao uso de armas nucleares pelo Paquistão.
É importante aí apontar que ambos países são parceiros importantes da Rússia e ambos desempenham papéis na estratégia meridional por meio da qual a Rússia compensou a perda de suas parcerias europeias e ocidentais. Um conflito na Caxemira entre ambos, portanto, só interessaria ao Ocidente.
Nesse caso, considerando que o verdadeiro "cui bono" é ocidental, cumpre questionar a conveniência de um ataque terrorista por um obscuro grupo terrorista com vínculos com a Al-Qaeda. Afinal, falar em "Al-Qaeda" é falar em CIA.
O melhor neste caso seria que Rússia, China e Irã atuassem diretamente para apaziguar os ânimos e pacificar a situação, porque esses países têm muito a perder com esse conflito e, na prática, caso a situação saia do controle as repercussões podem acabar afetando o planeta inteiro.
É impossível saber se essas tensões eclodirão em um conflito significativo, mas há indícios fortes de preparação de recursos militares por ambos os lados. O ponto importante aí é que o Paquistão possui uma doutrina de "primeiro ataque" com armas nucleares caso a existência de seu Estado seja ameaçada por uma derrota militar. A Índia, por sua vez, só usaria armas nucleares em resposta ao uso de armas nucleares pelo Paquistão.
É importante aí apontar que ambos países são parceiros importantes da Rússia e ambos desempenham papéis na estratégia meridional por meio da qual a Rússia compensou a perda de suas parcerias europeias e ocidentais. Um conflito na Caxemira entre ambos, portanto, só interessaria ao Ocidente.
Nesse caso, considerando que o verdadeiro "cui bono" é ocidental, cumpre questionar a conveniência de um ataque terrorista por um obscuro grupo terrorista com vínculos com a Al-Qaeda. Afinal, falar em "Al-Qaeda" é falar em CIA.
O melhor neste caso seria que Rússia, China e Irã atuassem diretamente para apaziguar os ânimos e pacificar a situação, porque esses países têm muito a perder com esse conflito e, na prática, caso a situação saia do controle as repercussões podem acabar afetando o planeta inteiro.
Forwarded from Editora ARS REGIA
A Quarta Teoria Política oferece uma estrutura metapolítica geral para fundamentar a crítica da pós-modernidade e a construção de uma práxis de resistência.
Mas como ela pode ser aplicada por cada povo? José Alsina Calvés, no excelente O Hispanismo como Quarta Teoria Política, demonstra a aplicabilidade da QTP à Hispanidade, utilizando o método duginiano para analisar a história, o pensamento, a identidade e o destino dos espanhóis.
Garantam a sua cópia dessa obra essencial mandando um e-mail para editora.arsregia@gmail.com
Mas como ela pode ser aplicada por cada povo? José Alsina Calvés, no excelente O Hispanismo como Quarta Teoria Política, demonstra a aplicabilidade da QTP à Hispanidade, utilizando o método duginiano para analisar a história, o pensamento, a identidade e o destino dos espanhóis.
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