Forwarded from Raphael Machado
O Legado do Papa Francisco
Comentar sobre o Papa Francisco é complicado porque ele foi provavelmente o maior alvo de desinformação dentre os Papas do último século. Sim, em alguma medida mais até do que Pio XII e Bento XVI porque a desinformação contra Francisco às vezes assumia o tom de elogio e defesa (enquanto Pio XII e Bento XVI foram vítimas de difamação pura e simples).
Forças subversivas desejosas por se apropriar da autoridade papal, não raro colocavam palavras na boca do Papa, ou inventavam interpretações surreais e delirantes para os seus escritos e discursos. Do outro lado, também, os reacionários se acostumaram a teatralizar uma indignação permanente, com toda manifestação do Papa virando motivo para escândalo e drama.
Ao mesmo tempo, porém, o próprio Papa Francisco - extremamente midiático, adaptado à sociedade do espetáculo em sua era de virtualização - dava azo a ambiguidades com declarações e gestos confusos. Ademais, o fato de seus discursos não raro se assemelharem ao conteúdo de documentos oficiais da ONU e do Fórum de Davos no que concerne o ambientalismo oficial, o nomadismo cosmopolita, os direitos humanos, etc. (quase como se tentasse dar uma "leitura católica" dos fenômenos da pós-modernidade) também não ajudava.
A sua visão sobre a questão da imigração irrestrita parece inteiramente equivocada. Com um enfoque no sofrimento individual do imigrante, Francisco não visualizava que o estadista é como um pastor encarregado de cuidar das suas ovelhas, e que ele não pode sacrificar o seu próprio rebanho pela pretensão arrogante de salvar e se apropriar de todas as ovelhas do mundo (ainda mais, quando, do lado de fora da cerca, entre as ovelhas que aguardam, abundam lobos com pele de ovelha). O que Francisco demandava, portanto, era que os estadistas traíssem seus deveres e sacrificassem conscientemente seus próprios povos em nome da "humanidade".
A Encíclica Fratelli tutti não é outra coisa senão a consagração desse discurso etnomasoquista e contraproducente em uma era de imigração em massa, apesar de outros aspectos dela serem bastante pertinentes e verdadeiros, como a crítica da especulação financeira e a sujeição da propriedade privada ao bem comum e à dignidade humana. Ela vai tão longe quanto defender concepções de governança global para gerenciamento de pandemias na linha do que foi apregoado por Klaus Schwab, criticando ainda os "populistas" por seguirem seu próprio caminho.
Uma leitura humanista católica do imigracionismo teria dado mais ênfase nas causas e estaria menos preocupada com constranger e admoestar os países que padecem com a ameaça da substituição demográfica.
Não obstante, também na Fratelli tutti encontramos um bom documento sobre o diálogo interreligioso sem ecumenismo. Apesar do próprio Papa ter tido momentos controversos e ambíguos, como aquele que envolveu a Pachamama, ele também conduziu uma ambiciosa projeção que aproximou de forma inaudita a Igreja Católica da Igreja Ortodoxa e da Igreja Anglicana, levando às melhores e mais próximas relações com essas outras expressões da Cristandade em séculos.
Em relação a outros temas, o que se viu foi a fusão entre a ambiguidade ou ineficiência comunicacional do Papa e o oportunismo desinformador da mídia. Especialmente no que concerne a questão LGBT, o aborto e o divórcio, onde o Papa Francisco buscou (talvez não da maneira mais adequada) a aproximação com os "sofredores", mas sem realmente abandonar a doutrina católica em relação a esses tópicos.
A Encíclica Laudato si' foi um esforço extremamente interessante de construir as bases de um ambientalismo integral católico, que não exclui o homem (como se dá no ambientalismo niilista), pondo em cheque o comportamento parasitário e rapace das elites econômico-financeiras, que devastam o mundo em nome da acumulação de capital. Mas em sua construção ela pressupõe como dado o "consenso científico sobre o aquecimento global", cada vez mais questionável.
Comentar sobre o Papa Francisco é complicado porque ele foi provavelmente o maior alvo de desinformação dentre os Papas do último século. Sim, em alguma medida mais até do que Pio XII e Bento XVI porque a desinformação contra Francisco às vezes assumia o tom de elogio e defesa (enquanto Pio XII e Bento XVI foram vítimas de difamação pura e simples).
Forças subversivas desejosas por se apropriar da autoridade papal, não raro colocavam palavras na boca do Papa, ou inventavam interpretações surreais e delirantes para os seus escritos e discursos. Do outro lado, também, os reacionários se acostumaram a teatralizar uma indignação permanente, com toda manifestação do Papa virando motivo para escândalo e drama.
Ao mesmo tempo, porém, o próprio Papa Francisco - extremamente midiático, adaptado à sociedade do espetáculo em sua era de virtualização - dava azo a ambiguidades com declarações e gestos confusos. Ademais, o fato de seus discursos não raro se assemelharem ao conteúdo de documentos oficiais da ONU e do Fórum de Davos no que concerne o ambientalismo oficial, o nomadismo cosmopolita, os direitos humanos, etc. (quase como se tentasse dar uma "leitura católica" dos fenômenos da pós-modernidade) também não ajudava.
A sua visão sobre a questão da imigração irrestrita parece inteiramente equivocada. Com um enfoque no sofrimento individual do imigrante, Francisco não visualizava que o estadista é como um pastor encarregado de cuidar das suas ovelhas, e que ele não pode sacrificar o seu próprio rebanho pela pretensão arrogante de salvar e se apropriar de todas as ovelhas do mundo (ainda mais, quando, do lado de fora da cerca, entre as ovelhas que aguardam, abundam lobos com pele de ovelha). O que Francisco demandava, portanto, era que os estadistas traíssem seus deveres e sacrificassem conscientemente seus próprios povos em nome da "humanidade".
A Encíclica Fratelli tutti não é outra coisa senão a consagração desse discurso etnomasoquista e contraproducente em uma era de imigração em massa, apesar de outros aspectos dela serem bastante pertinentes e verdadeiros, como a crítica da especulação financeira e a sujeição da propriedade privada ao bem comum e à dignidade humana. Ela vai tão longe quanto defender concepções de governança global para gerenciamento de pandemias na linha do que foi apregoado por Klaus Schwab, criticando ainda os "populistas" por seguirem seu próprio caminho.
Uma leitura humanista católica do imigracionismo teria dado mais ênfase nas causas e estaria menos preocupada com constranger e admoestar os países que padecem com a ameaça da substituição demográfica.
Não obstante, também na Fratelli tutti encontramos um bom documento sobre o diálogo interreligioso sem ecumenismo. Apesar do próprio Papa ter tido momentos controversos e ambíguos, como aquele que envolveu a Pachamama, ele também conduziu uma ambiciosa projeção que aproximou de forma inaudita a Igreja Católica da Igreja Ortodoxa e da Igreja Anglicana, levando às melhores e mais próximas relações com essas outras expressões da Cristandade em séculos.
Em relação a outros temas, o que se viu foi a fusão entre a ambiguidade ou ineficiência comunicacional do Papa e o oportunismo desinformador da mídia. Especialmente no que concerne a questão LGBT, o aborto e o divórcio, onde o Papa Francisco buscou (talvez não da maneira mais adequada) a aproximação com os "sofredores", mas sem realmente abandonar a doutrina católica em relação a esses tópicos.
A Encíclica Laudato si' foi um esforço extremamente interessante de construir as bases de um ambientalismo integral católico, que não exclui o homem (como se dá no ambientalismo niilista), pondo em cheque o comportamento parasitário e rapace das elites econômico-financeiras, que devastam o mundo em nome da acumulação de capital. Mas em sua construção ela pressupõe como dado o "consenso científico sobre o aquecimento global", cada vez mais questionável.
Forwarded from Raphael Machado
Também causava estranheza o seu rechaço pelas expressões simbólicas de hierarquia e poder, que fazem objetivamente parte do papel representativo da Igreja Católica. A Igreja tem como uma de suas funções representar o Reino dos Céus e, por isso, é símbolo de hierarquia, glória, etc., o que se expressa na pompa, nos ritos, e por aí vai.
Mas por outro lado, essa recusa da representação da transcendência através da estética se dava em favor da centralidade do amor aos pobres, aos fracos e aos necessitados, que jaz no coração do Evangelho. Também a Igreja se desenvolve dialeticamente, e em reação aos exageros da teologia da libertação, o Catolicismo experimentou um breve período de "fechamento" e "distanciamento" que coincidiu com a ascensão do neoliberalismo e do neoconservadorismo.
Em reação, por sua vez, aos exageros dessa abordagem, Francisco lavava os pés dos enfermos e dos refugiados, levava a sério a caridade e a misericórdia, e efetivamente atualizou a Doutrina Social da Igreja com uma competente crítica do capitalismo pós-moderno e suas consequências desumanizantes e desenraizadoras. Nesse sentido, foi um Papa com um olhar concentrado especificamente nos humildes do mundo e foi, correspondentemente, um Papa cuja virtude maior foi a humildade.
Em muitos outros temas, porém, ele foi a absoluta continuação do papado de Bento XVI, especificamente no que concerne o papel político e geopolítico do Vaticano no mundo. Expressão disso foi a postura do Papa em relação à Palestina, cujos cristãos ele contatou diariamente por mais de 1 ano para se certificar de seu bem estar. Mas também a intensificação do diálogo com a Rússia, o entendimento com a China e a conquista de uma reabertura católica em Cuba.
Todos esses são méritos imensos do Papa Francisco enquanto chefe de Estado, aos quais se somam a centralização de todas as atividades financeiras do Vaticano no Instituto para as Obras de Religião, potencialmente blindando o Vaticano contra a especulação financeira (tanto a externa quanto a interna).
Nesse sentido, o retrato final do Papa Francisco em sua morte é de um Papa "humano, demasiado humano", tal como foi Pedro, cujo trono ele ocupou de forma digna e imperfeita por 12 anos.
Mas por outro lado, essa recusa da representação da transcendência através da estética se dava em favor da centralidade do amor aos pobres, aos fracos e aos necessitados, que jaz no coração do Evangelho. Também a Igreja se desenvolve dialeticamente, e em reação aos exageros da teologia da libertação, o Catolicismo experimentou um breve período de "fechamento" e "distanciamento" que coincidiu com a ascensão do neoliberalismo e do neoconservadorismo.
Em reação, por sua vez, aos exageros dessa abordagem, Francisco lavava os pés dos enfermos e dos refugiados, levava a sério a caridade e a misericórdia, e efetivamente atualizou a Doutrina Social da Igreja com uma competente crítica do capitalismo pós-moderno e suas consequências desumanizantes e desenraizadoras. Nesse sentido, foi um Papa com um olhar concentrado especificamente nos humildes do mundo e foi, correspondentemente, um Papa cuja virtude maior foi a humildade.
Em muitos outros temas, porém, ele foi a absoluta continuação do papado de Bento XVI, especificamente no que concerne o papel político e geopolítico do Vaticano no mundo. Expressão disso foi a postura do Papa em relação à Palestina, cujos cristãos ele contatou diariamente por mais de 1 ano para se certificar de seu bem estar. Mas também a intensificação do diálogo com a Rússia, o entendimento com a China e a conquista de uma reabertura católica em Cuba.
Todos esses são méritos imensos do Papa Francisco enquanto chefe de Estado, aos quais se somam a centralização de todas as atividades financeiras do Vaticano no Instituto para as Obras de Religião, potencialmente blindando o Vaticano contra a especulação financeira (tanto a externa quanto a interna).
Nesse sentido, o retrato final do Papa Francisco em sua morte é de um Papa "humano, demasiado humano", tal como foi Pedro, cujo trono ele ocupou de forma digna e imperfeita por 12 anos.
Forwarded from Raphael Machado
https://youtu.be/FsQ80_ljI0U
Que legado deixou o recém-falecido Papa Francisco e quais foram os seus méritos e deméritos?
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O Papa Francisco está morto! Qual é seu legado? | Pílulas Vermelhas #281
Que legado deixou o recém-falecido Papa Francisco e quais foram os seus méritos e deméritos?
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Na tradição chinesa a ideia de eixo ou centro possui grande importância, sendo um conceito intrínseco à estatalidade nacional. Cada vez mais, a China recupera esse papel histórico axial do qual ela foi despojada por séculos de instabilidade, decadência e subjugação.
https://novaresistencia.org/2023/08/12/o-eixo-que-nao-oscila/
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Nova Resistência
O Eixo Que Não Oscila | Nova Resistência
Na tradição chinesa a ideia de eixo ou centro possui grande importância, sendo um conceito intrínseco à estatalidade nacional. Cada vez mais, a China recupera esse papel histórico axial do qual ela foi despojada por séculos de instabilidade, decadência e…
Com base nas análises das teorias geopolíticas do belga Jean-François Thiriart e diante dos acontecimentos dos últimos meses, quais as relações entre a Rússia soberana e a dominação democrática e liberal que assola o restante da Europa?
https://novaresistencia.org/2021/11/26/jean-thiriart-e-a-russia-o-territorio-livre-da-europa/
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Jean Thiriart e a Rússia: o território livre da Europa | Nova Resistência
Com base nas análises das teorias geopolíticas do belga Jean-François Thiriart e diante dos acontecimentos dos últimos meses, quais as relações entre a Rússia soberana e a dominação democrática e liberal que assola o restante da Europa? Por Claudio Mutti…
O dia de hoje, 21 de abril, é tradicionalmente considerado o aniversário da fundação de Roma. O que isso tem a ver conosco, brasileiros? Como latino-americanos e lusófonos, muita coisa. Por isso, preparamos aqui uma pequena homenagem a Roma, bem como votos para a construção de um projeto grandioso para o Brasil do futuro.
https://novaresistencia.org/2020/04/21/celebremos-a-cidade-eterna-e-construamos-uma-nova-roma/
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Nova Resistência
Celebremos a Cidade Eterna e construamos uma Nova Roma! | Nova Resistência
O dia de hoje, 21 de abril, é tradicionalmente considerado o aniversário da fundação de Roma. O que isso tem a ver conosco, brasileiros? Como latino-americanos e lusófonos, muita coisa. Por isso, preparamos aqui uma pequena homenagem a Roma, bem como votos…
“O Ocidente promoveu uma visão globalista do mundo com uma única dimensão. Segundo o multipolarismo e a Quarta Teoria Política, porém, não existe apenas uma civilização, mas muitas civilizações diferentes e independentes cujo desenvolvimento não é comparável. Não podemos, portanto julgar uma como melhor ou pior que a outra. É por isso que a Quarta Teoria Política e o multipolarismo não reconhecem uma história universal válida para todos os povos e culturas, na medida em que não reconhecem a validade de um único Estado globalista que governe todos os povos e culturas como as elites ocidentais gostariam”.
- Aleksandr Dugin
- Aleksandr Dugin
Forwarded from Raphael Machado
https://www.youtube.com/watch?v=snzyQ5yVPFQ
Quem são os cardeais mais renomados e mais mencionados nos debates sobre a eleição papal e quais são os desafios atuais que o próximo Papa teria que enfrentar?
Quem são os cardeais mais renomados e mais mencionados nos debates sobre a eleição papal e quais são os desafios atuais que o próximo Papa teria que enfrentar?
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Quem será o próximo Papa? | Pílulas Vermelhas #282
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Forwarded from Raphael Machado
“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena?
Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu”. (Fernando Pessoa, Mar Português)
Hoje recordamos o Descobrimento do Brasil e para mim é irracional que a data de hoje não seja considerada feriado.
Pedro Álvares Cabral é um herói ímpar sem cujo gesto não existiríamos. Nenhum de nós, brasileiros, existiria se um punhado de homens não tivesse tido, há 525 anos, a coragem de singrar o imenso oceano em busca de um sonho.
Não há espaço para revisões e desconstruções dessa história.
Foi descobrimento sim, em um sentido literal, porque as Américas jaziam encobertas perante o resto do mundo. Enquanto Europa, Ásia e África conheciam-se e interagiam há milênios, a América jazia sob um véu, e foi graças a homens como Colombo e Cabral que a América apresentou-se perante os outros continentes do mundo.
Foi um ato heroico e glorioso, justificado por si mesmo, bem como pelo seu resultado: nós e nossa pátria. Os portugueses deram início a uma história que levou ao nascimento de um dos maiores Impérios do Hemisfério Sul. A grandiosidade e a glória justificam todas as coisas.
O problema, porém, é que a maioria das pessoas hoje (seja no Brasil ou na Europa) tem a alma pequena. E como alertou o Poeta, para os que têm a alma pequena, talvez o Descobrimento do Brasil não tenha valido a pena. Os mesquinhos vêm com suas lamúrias sobre o passado, sobre o que aconteceu e o que deveria ter acontecido, mas os lamurientos nada têm a oferecer além de melodrama.
A depender de gente dessa estirpe (que é a eterna estirpe de Efialtes) não teria havido Pirâmides, Muralha da China, Colosso de Rodes, a expedição de Alexandre, o Império Romano, as Cruzadas, etc., tudo aquilo sobre este mundo que é admirado por aqueles que não têm a alma pequena.
Enfim, Portugal veio e aqui nasceu um Império, um povo novo, uma nova cultura, uma nova civilização. Não respeitar isso está na equivalência dessa gente com problemas paternos que só Freud explica.
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena?
Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu”. (Fernando Pessoa, Mar Português)
Hoje recordamos o Descobrimento do Brasil e para mim é irracional que a data de hoje não seja considerada feriado.
Pedro Álvares Cabral é um herói ímpar sem cujo gesto não existiríamos. Nenhum de nós, brasileiros, existiria se um punhado de homens não tivesse tido, há 525 anos, a coragem de singrar o imenso oceano em busca de um sonho.
Não há espaço para revisões e desconstruções dessa história.
Foi descobrimento sim, em um sentido literal, porque as Américas jaziam encobertas perante o resto do mundo. Enquanto Europa, Ásia e África conheciam-se e interagiam há milênios, a América jazia sob um véu, e foi graças a homens como Colombo e Cabral que a América apresentou-se perante os outros continentes do mundo.
Foi um ato heroico e glorioso, justificado por si mesmo, bem como pelo seu resultado: nós e nossa pátria. Os portugueses deram início a uma história que levou ao nascimento de um dos maiores Impérios do Hemisfério Sul. A grandiosidade e a glória justificam todas as coisas.
O problema, porém, é que a maioria das pessoas hoje (seja no Brasil ou na Europa) tem a alma pequena. E como alertou o Poeta, para os que têm a alma pequena, talvez o Descobrimento do Brasil não tenha valido a pena. Os mesquinhos vêm com suas lamúrias sobre o passado, sobre o que aconteceu e o que deveria ter acontecido, mas os lamurientos nada têm a oferecer além de melodrama.
A depender de gente dessa estirpe (que é a eterna estirpe de Efialtes) não teria havido Pirâmides, Muralha da China, Colosso de Rodes, a expedição de Alexandre, o Império Romano, as Cruzadas, etc., tudo aquilo sobre este mundo que é admirado por aqueles que não têm a alma pequena.
Enfim, Portugal veio e aqui nasceu um Império, um povo novo, uma nova cultura, uma nova civilização. Não respeitar isso está na equivalência dessa gente com problemas paternos que só Freud explica.
https://www.youtube.com/watch?v=0juIHl3LUVk
Depois de 5 meses de hiato voltaremos hoje com o programa Estado-Maior. Hoje Velasco e eu entrevistaremos o Rubem Gonzalez.
Depois de 5 meses de hiato voltaremos hoje com o programa Estado-Maior. Hoje Velasco e eu entrevistaremos o Rubem Gonzalez.
YouTube
O Brasil tem jeito? | conv. Rubem Gonzalez (Geoforça) | Estado-Maior #103
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Forwarded from Lucas Leiroz (Лукас Лейрос)
My yesterday's article for InfoBRICS
Zelensky would rig election under martial law – former official
https://infobrics.org/post/43988
Zelensky would rig election under martial law – former official
https://infobrics.org/post/43988
BRICS
Zelensky would rig election under martial law – former official
The Ukrainian president could easily win an election under martial law through fraud.
Forwarded from Lucas Leiroz (Лукас Лейрос)
My latest
French military demands answers on their country's involvement in Ukrainian conflict
https://infobrics.org/post/44007
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BRICS
French military demands answers on their country's involvement in Ukrainian conflict
French officials want constitutional rules on involvement in foreign wars to be followed.
“A elite financeira apátrida agita os extremistas negros e brancos mais caricatos para que a guerra seja horizontal (negros pobres contra brancos pobres) em vez de vertical (ou seja, proletários negros ou brancos contra os agentes do capital). Mas estejamos atentos. Nem todos somos manipuláveis”.
– Kemi Seba
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Forwarded from Raphael Machado
https://www.dailymotion.com/video/x9ig6ys
Estive hoje na Telesur para comentar sobre a escalada entre Índia e Paquistão.
Estive hoje na Telesur para comentar sobre a escalada entre Índia e Paquistão.
Dailymotion
Entrevista | Manifestaciones en Pakistán en contra de la India - Vídeo Dailymotion
Cientos de personas se manifestaron en Pakistán contra la suspensión del tratado de reparto de agua por parte de India. La decisión se da luego de que India recibiera un ataque en Cachemira, en el que al menos 26 personas murieron. Analizamos el tema con…
https://www.youtube.com/watch?v=0juIHl3LUVk
Após um longo hiato, voltamos ontem com o programa Estado-Maior. Não deixem de assistir!
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