"Enquanto os liberais falam sobre possibilidades ilimitadas de crescimento, os fatos são muito mais preocupantes - não há novas possibilidades de crescimento. A classe média e seu nível de prosperidade não estão mais aumentando - permanecendo constantes ou em queda. Isso é indicativo da lacuna que está crescendo entre o que os liberais dizem ser verdade e o que é verdade na realidade. Essa lacuna entre a realidade e as palavras continuará a crescer, porque ninguém está tentando reconciliar realidade e palavras. Sua ideia de crescimento duradouro na "nova economia" continua a ser real para eles, mesmo quando a realidade é diferente".
- Aleksandr Dugin
- Aleksandr Dugin
Os alauítas são uma das mais interessantes seitas do Oriente Médio e agora eles estão sob os holofotes do mundo pelos fatos que se desdobram na Síria.
https://novaresistencia.org/2025/03/24/o-misterio-dos-alauitas/
https://novaresistencia.org/2025/03/24/o-misterio-dos-alauitas/
Nova Resistência
O Mistério dos Alauítas | Nova Resistência
Os alauítas são uma das mais interessantes seitas do Oriente Médio e agora eles estão sob os holofotes do mundo pelos fatos que se desdobram na Síria. Os alauítas são um dos grupos etnorreligiosos mais interessantes do Oriente Médio. Não há suficientes pesquisas…
Forwarded from Raphael Machado
O apátrida diz que seria perda de tempo lutar pelo Brasil porque o Brasil não o enche de benesses e vantagens (ou algum retardo mental semelhante).
Ah! Mas se ele morasse num país melhor! Seria o novo Aquiles, sempre na linha de frente! Balela.
Sabemos que isso é mentira pelo exemplo que temos de conflitos contemporâneos. Na Rússia, há algum tempo, imigrantes com pretensões de cidadania são necessariamente convocados para a operação militar especial para provar o seu valor e o seu interesse pelo país.
A maioria esmagadora abre mão e pula fora, preferem desistir da cidadania e até mesmo ser deportados do que derramar seu sangue pelo país para o qual estão migrando.
A realidade é que, como não poderia deixar de ser, o desenraizado dificilmente vai se reenraizar em qualquer outro lugar. O nomadismo (que já é típico da nossa época em muitos outros âmbitos além do "habitar") se integra a sua natureza e o apátrida se comportará como nuvem de gafanhoto.
Ele abandona a sua pátria e vai para outra. Se esta outra lhe fizer exigências de lealdade e sacrifício em troca de cidadania, ele foge também e busca outro buraco no qual se esconder.
É a própria manifestação mais perfeita e contemporânea do parasitismo. Opróbio absoluto sobre as cabeças dessa gente com alma de barata.
Ah! Mas se ele morasse num país melhor! Seria o novo Aquiles, sempre na linha de frente! Balela.
Sabemos que isso é mentira pelo exemplo que temos de conflitos contemporâneos. Na Rússia, há algum tempo, imigrantes com pretensões de cidadania são necessariamente convocados para a operação militar especial para provar o seu valor e o seu interesse pelo país.
A maioria esmagadora abre mão e pula fora, preferem desistir da cidadania e até mesmo ser deportados do que derramar seu sangue pelo país para o qual estão migrando.
A realidade é que, como não poderia deixar de ser, o desenraizado dificilmente vai se reenraizar em qualquer outro lugar. O nomadismo (que já é típico da nossa época em muitos outros âmbitos além do "habitar") se integra a sua natureza e o apátrida se comportará como nuvem de gafanhoto.
Ele abandona a sua pátria e vai para outra. Se esta outra lhe fizer exigências de lealdade e sacrifício em troca de cidadania, ele foge também e busca outro buraco no qual se esconder.
É a própria manifestação mais perfeita e contemporânea do parasitismo. Opróbio absoluto sobre as cabeças dessa gente com alma de barata.
Forwarded from Editora ARS REGIA
A Coreia do Norte é um dos países mais incompreendidos do mundo, principalmente por causa da propaganda ocidental contra o país.
Visando desfazer equívocos e fornecer uma nova visão sobre a Coreia, lançamos A Ideia Juche, do português João Franco.
Garanta o seu exemplar enviando um e-mail para editora.arsregia@gmail.com
Visando desfazer equívocos e fornecer uma nova visão sobre a Coreia, lançamos A Ideia Juche, do português João Franco.
Garanta o seu exemplar enviando um e-mail para editora.arsregia@gmail.com
Forwarded from Raphael Machado
Sobre o golpe militar de 1964 aquilo que mais me espanta é o quão central o evento e o período inaugurado por ele foram para a construção dos imaginários da direita e da esquerda - raiz, portanto, da polarização atual.
De resto, apesar de ser o período mais dramatizado e debatido, não me parece ter sido a época mais determinante do século XX no nosso país. O centro da história brasileira no século XX não é o período militar, rebarba marginal dos impulsos estadunidenses por garantir seu "quintal" no acirramento da Guerra Fria.
A direita trata como um momento de "salvação", a esquerda como se tivesse sido a interrupção de um glorioso e inevitável caminho.
A realidade é que o governo de João Goulart já estava extremamente fragilizado e instável, com poucas chances de sucesso mesmo que não tivesse havido golpe militar. João Goulart tinha ótimas intenções e uma boa equipe de ministros, mas pegou o país no pior momento possível, e a postura dele não era a adequada para o país naquele momento. O Brasil, em 1964, não tinha necessariamente qualquer caminho pavimentado para se tornar a China, sendo sincero.
Do outro lado, evidentemente os militares não salvaram o Brasil de nada. Não havia revolução comunista sendo preparada, nem por João Goulart, nem por qualquer movimento de massas. A revolução armada era o delírio infanto-juventil de uns quantos universitários e militantes profissionais enfeitiçados pelo guevarismo. O mito da "ameaça comunista" sempre não passou de um espantalho e o fato do golpe ter se dado em 1 de abril, o Dia da Mentira, é bastante condizente.
Boa parte das tendências negativas do Brasil já estava posta e só se aprofundaram nesse período. Os militares nada fizeram contra o progressismo moral e cultural da época - preocupados que estavam com o bicho-papão comunista - ao contrário, ajudaram a promovê-lo. Sob o governo dos militares, aliás, se entrincheiram as facções criminosas recém-nascidas com apoio de oficiais de baixa patente. Mas o problema das favelas, que é a raiz do problema, foi herdada dos governos anteriores pelos militares.
Por outro lado, no plano econômico, o regime militar deu continuidade parcial ao desenvolvimentismo trabalhista, ainda que de forma mais errática e às custas de um imenso endividamento com a Banca internacional.
Em alguma medida o período foi bastante relevante para a cultura brasileira. Mas isso fundamentalmente pelas conexões íntimas entre os artistas do Rio de Janeiro e a própria Rede Globo, e pelo fato de que após a queda do regime militar os artistas da época foram retroativamente consagrados como "gênios", também pela Globo. Ademais, muitas das tendências culturais da época já estavam em gestação ou se desenvolvendo, como a bossa nova. Nada disso foi especificamente por causa do regime militar, apesar de que já naquela época Caetano Veloso e sua turma já gostavam de simular e performar "resistência política" (quão pouco o mundo mudou!).
Mais significativo e diretamente ligado à ditadura militar foi a introdução da USAID no Brasil. Mas o Brasil já era fortemente influenciado pelos EUA; não obstante, a USAID formalizou o controle exercido por Washington sobre os currículos brasileiros.
No campo positivo, para compensar, foi também nesse período (mais especificamente sob Geisel) que o Brasil voltou a ter uma política externa soberana depois de décadas. Mesmo a política externa de Goulart foi mais tímida que a de Geisel e se fôssemos comparar ambos, na prática, Goulart quase pareceria sionista perto de Geisel. Isso, tal como o projeto da bomba atômica, foi efêmero. Nada disso perdurou.
O programa nuclear brasileiro, por outro lado, de fato pertence a essa época e perdurou mesmo após o fim do regime militar, apesar da democracia praticamente tê-lo abandonado.
De resto, apesar de ser o período mais dramatizado e debatido, não me parece ter sido a época mais determinante do século XX no nosso país. O centro da história brasileira no século XX não é o período militar, rebarba marginal dos impulsos estadunidenses por garantir seu "quintal" no acirramento da Guerra Fria.
A direita trata como um momento de "salvação", a esquerda como se tivesse sido a interrupção de um glorioso e inevitável caminho.
A realidade é que o governo de João Goulart já estava extremamente fragilizado e instável, com poucas chances de sucesso mesmo que não tivesse havido golpe militar. João Goulart tinha ótimas intenções e uma boa equipe de ministros, mas pegou o país no pior momento possível, e a postura dele não era a adequada para o país naquele momento. O Brasil, em 1964, não tinha necessariamente qualquer caminho pavimentado para se tornar a China, sendo sincero.
Do outro lado, evidentemente os militares não salvaram o Brasil de nada. Não havia revolução comunista sendo preparada, nem por João Goulart, nem por qualquer movimento de massas. A revolução armada era o delírio infanto-juventil de uns quantos universitários e militantes profissionais enfeitiçados pelo guevarismo. O mito da "ameaça comunista" sempre não passou de um espantalho e o fato do golpe ter se dado em 1 de abril, o Dia da Mentira, é bastante condizente.
Boa parte das tendências negativas do Brasil já estava posta e só se aprofundaram nesse período. Os militares nada fizeram contra o progressismo moral e cultural da época - preocupados que estavam com o bicho-papão comunista - ao contrário, ajudaram a promovê-lo. Sob o governo dos militares, aliás, se entrincheiram as facções criminosas recém-nascidas com apoio de oficiais de baixa patente. Mas o problema das favelas, que é a raiz do problema, foi herdada dos governos anteriores pelos militares.
Por outro lado, no plano econômico, o regime militar deu continuidade parcial ao desenvolvimentismo trabalhista, ainda que de forma mais errática e às custas de um imenso endividamento com a Banca internacional.
Em alguma medida o período foi bastante relevante para a cultura brasileira. Mas isso fundamentalmente pelas conexões íntimas entre os artistas do Rio de Janeiro e a própria Rede Globo, e pelo fato de que após a queda do regime militar os artistas da época foram retroativamente consagrados como "gênios", também pela Globo. Ademais, muitas das tendências culturais da época já estavam em gestação ou se desenvolvendo, como a bossa nova. Nada disso foi especificamente por causa do regime militar, apesar de que já naquela época Caetano Veloso e sua turma já gostavam de simular e performar "resistência política" (quão pouco o mundo mudou!).
Mais significativo e diretamente ligado à ditadura militar foi a introdução da USAID no Brasil. Mas o Brasil já era fortemente influenciado pelos EUA; não obstante, a USAID formalizou o controle exercido por Washington sobre os currículos brasileiros.
No campo positivo, para compensar, foi também nesse período (mais especificamente sob Geisel) que o Brasil voltou a ter uma política externa soberana depois de décadas. Mesmo a política externa de Goulart foi mais tímida que a de Geisel e se fôssemos comparar ambos, na prática, Goulart quase pareceria sionista perto de Geisel. Isso, tal como o projeto da bomba atômica, foi efêmero. Nada disso perdurou.
O programa nuclear brasileiro, por outro lado, de fato pertence a essa época e perdurou mesmo após o fim do regime militar, apesar da democracia praticamente tê-lo abandonado.
Forwarded from Raphael Machado
Algumas pessoas tentariam transplantar a questão para a "vida privada" para falar sobre as transformações culturais e familiares pelas quais o Brasil passou entre 1964 e 1985, mas a decadência da família tradicional, a influência da TV, a liberalização dos costumes, tudo isso foi um fenômeno mundial - ou melhor, um fenômeno do Ocidente e dos territórios influenciados pelo Ocidente.
Mesmo na questão militar, as Forças Armadas Brasileiras já eram atlantistas desde a Segunda Guerra Mundial. O regime militar reforçou os laços, mas não os criou.
Em suma, eu acho que foi um período, em geral, ruim. Os militares da época não eram menos tacanhos e cabeça-de-prego do que são hoje. Meteram os pés pelas mãos em quase tudo e abriram o caminho para a desgraça da Sexta República.
Mas o período foi bem menos determinante e significativo do que a maioria pensa. O romantismo exacerbado da esquerda e da direita (de fato, inventadas, tal como as conhecemos, nessa época) falsifica e amplifica a realidade.
Mesmo na questão militar, as Forças Armadas Brasileiras já eram atlantistas desde a Segunda Guerra Mundial. O regime militar reforçou os laços, mas não os criou.
Em suma, eu acho que foi um período, em geral, ruim. Os militares da época não eram menos tacanhos e cabeça-de-prego do que são hoje. Meteram os pés pelas mãos em quase tudo e abriram o caminho para a desgraça da Sexta República.
Mas o período foi bem menos determinante e significativo do que a maioria pensa. O romantismo exacerbado da esquerda e da direita (de fato, inventadas, tal como as conhecemos, nessa época) falsifica e amplifica a realidade.
Forwarded from Raphael Machado
https://www.dailymotion.com/video/x9h7f1m
Estive hoje na Telesur para comentar sobre a política tarifária do Trump.
Estive hoje na Telesur para comentar sobre a política tarifária do Trump.
Dailymotion
Comercio Internacional podría verse afectado por aranceles de EE.UU. - Vídeo Dailymotion
El presidente Donald Trump inicia una posible guerra comercial con nuevos aranceles que amenazan la economía. Los impuestos ya vigentes, sumados a la incertidumbre sobre futuras medidas comerciales que afectarán los mercados financieros. Analizamos con el…
Forwarded from Lucas Leiroz (Лукас Лейрос)
Media is too big
VIEW IN TELEGRAM
Conforme prometido, eis a versão legendada EM PORTUGUÊS do filme sobre minha vida e meu trabalho no Donbass para a série "Entretanto", do canal russo Shmel. Gravado em Donetsk, próximo às linhas de contato da guerra.
Forwarded from Raphael Machado
Apenas pensadores bombásticos, heterodoxos, fringe, extremistas, radicais, proscritos, sancionados, ousados, desajustados, cancelados, são dignos de leitura.
Esses são os únicos que têm algo relevante a dizer. Que relevância têm as toneladas de textos de um boçal tedioso como Habermas hoje em dia? Há na internet anônimos com nicks esquizoides que souberam entender melhor o mundo contemporâneo do muitos dos catedráticos das melhores universidades ocidentais.
A filosofia nasce com figuras assim, com párias como Sócrates e Diógenes. E Limonov tinha razão quando apontava que toda mudança revolucionária (na política ou nas outras esferas) só podem vir dos desajustados, dos "punks" de todas as eras.
A timidez intelectual, o conformismo acadêmico, o bom-mocismo teórico, considerando a infinitude dos horizontes humanos, são pecados contra o Espírito.
Esses são os únicos que têm algo relevante a dizer. Que relevância têm as toneladas de textos de um boçal tedioso como Habermas hoje em dia? Há na internet anônimos com nicks esquizoides que souberam entender melhor o mundo contemporâneo do muitos dos catedráticos das melhores universidades ocidentais.
A filosofia nasce com figuras assim, com párias como Sócrates e Diógenes. E Limonov tinha razão quando apontava que toda mudança revolucionária (na política ou nas outras esferas) só podem vir dos desajustados, dos "punks" de todas as eras.
A timidez intelectual, o conformismo acadêmico, o bom-mocismo teórico, considerando a infinitude dos horizontes humanos, são pecados contra o Espírito.
Forwarded from Editora ARS REGIA
Filosofia e política são indissociáveis. E para demonstrar isso, Alexander Dugin recorre a Platão, em nosso lançamento Platonismo Político.
Com esse livro, Dugin visa lançar as bases para uma retomada do antigo projeto da República platônica, mas nos tempos atuais.
Garanta já o seu exemplar mandando um e-mail para editora.arsregia@gmail.com
Com esse livro, Dugin visa lançar as bases para uma retomada do antigo projeto da República platônica, mas nos tempos atuais.
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Forwarded from Raphael Machado
https://youtu.be/5Csd8WRmx8I
Um exame dos elementos gnósticos e nietzscheanos do mangá/anime Berserk.
Um exame dos elementos gnósticos e nietzscheanos do mangá/anime Berserk.
YouTube
Resenha de Mangá/Anime: "Berserk" | Pílulas Vermelhas #273
Um exame dos elementos gnósticos e nietzscheanos do mangá/anime Berserk.
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► CONTRIBUA COM UM PIX PARA A NR (qualquer valor)!
- Chave: tesouraria.novaresistencia@protonmail.com
► SIGA A NR NAS…
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Forwarded from Raphael Machado
Trump sepulta os mitos do livre-comércio e da globalização
Quando afirmamos ano passado que a eleição de Trump seria mais disruptiva para a hegemonia global liberal os emocionados nos acusaram de "trumpistas", "neocons", e mais uma torrente de impropérios.
Mas continuamente, as decisões trumpistas em política interna confirmam a nossa avaliação. Inclusive, hoje eu diria que Trump está sendo mais disruptiva do que eu poderia até mesmo imaginar em 2024.
Me recordo aqui, aliás, que quando se anunciou o fechamento da USAID, os membros da "esquerda emocionada" (que simplesmente não consegue aceitar que Trump era uma opção mais disruptiva que Biden) vieram correndo dizer, em tons divinatórios, que os recursos da USAID seriam, simplesmente, remanejados.
Não. Essa semana realmente se confirmou o fechamento da USAID e que o dinheiro voltaria para o orçamento, sem qualquer previsão específica de seguir aplicando o mesmo dinheiro da mesma forma através de outros programas e órgãos. É claro que os EUA seguirão projetando a sua influência ao redor do mundo, eles sempre o fizeram. Mas um dos principais braços dessa projeção foi fechado e o orçamento para esse tipo de atividade diminuiu significativamente. Agora, a iniciativa privada será ainda mais relevante nessa seara.
Pois bem, na economia, o próprio fato de Trump ensaiar um retorno ao "Sistema Americano" de Hamilton, com uma política comercial baseada em tarifas alfandegárias objetivando proteger e alavancar a indústria nacional já é um grande feito.
E isso por um motivo simples: desde a Segunda Guerra Mundial os EUA tornaram-se os paladinos do livre-comércio. Eles criaram o Acordo Geral de Tarifas e Comércio através do qual pressionavam outras nações a reduzirem as suas barreiras alfandegárias para os produtos do Bloco Atlântico.
Mais significativamente, os EUA puseram o seu peso por trás de um establishment acadêmico econômico que praticamente relegou todas as teorias e escolas econômicas antiliberais à categoria de "heterodoxia". Isso se ramificou no financiamento de think-tanks liberais ao redor do mundo, inclusive no Brasil, onde esses think-tanks já estão completamente imiscuídos na política e na produção cultural.
O Acordo supramencionado virou a OMC no auge do momento unipolar, quando após a declaração da "Nova Ordem Mundial" por George Bush e o Consenso de Washington, acreditava-se que o mundo estava às portas do "Fim da História", quando todas as nações do mundo se integrariam indistintamente em um caldeirão cosmopolita atomizado, no qual os fluxos de capital, bens e pessoas seriam perfeitamente livres.
Durante todo esse período, era Washington que impulsionava acordos de livre-comércio em todo o mundo, como o mal fadado NAFTA e vários outros que obviamente prejudicariam as economias dos países que os aceitassem.
As declarações públicas de Vance, porém, vão exatamente no sentido contrário e especificamente no sentido de que, na prática, o livre-comércio também foi prejudicial para os EUA, especialmente pela desindustrialização provocada pela Reaganomics e pela ascensão de Estados que, em vez do livre-comércio, lançaram mão de todas as ferramentas de impulso governamental possíveis e imagináveis.
A partir do momento em que o coração do sistema comercial livre-cambista recua e decide impor tarifas alfandegárias a boa parte do mundo, transformando isto em sua principal estratégica econômica, necessariamente se deve prestar atenção no fato de que perdeu-se a fé nos mitos do livre-comércio, especialmente na ilusão das "vantagens comparativas".
Mas a "revolução trumpista" é ainda mais profunda e atinge diretamente a globalização.
No lugar de um mundo cada vez mais integrado, Trump (independentemente de suas intenções) está fraturando ainda mais a comunidade internacional. Seu antieuropeísmo criou a maior distância histórica entre EUA e Europa desde o período De Gaulle e a Crise do Suez, enquanto o Japão, assustado com Trump, se reaproxima da China.
Quando afirmamos ano passado que a eleição de Trump seria mais disruptiva para a hegemonia global liberal os emocionados nos acusaram de "trumpistas", "neocons", e mais uma torrente de impropérios.
Mas continuamente, as decisões trumpistas em política interna confirmam a nossa avaliação. Inclusive, hoje eu diria que Trump está sendo mais disruptiva do que eu poderia até mesmo imaginar em 2024.
Me recordo aqui, aliás, que quando se anunciou o fechamento da USAID, os membros da "esquerda emocionada" (que simplesmente não consegue aceitar que Trump era uma opção mais disruptiva que Biden) vieram correndo dizer, em tons divinatórios, que os recursos da USAID seriam, simplesmente, remanejados.
Não. Essa semana realmente se confirmou o fechamento da USAID e que o dinheiro voltaria para o orçamento, sem qualquer previsão específica de seguir aplicando o mesmo dinheiro da mesma forma através de outros programas e órgãos. É claro que os EUA seguirão projetando a sua influência ao redor do mundo, eles sempre o fizeram. Mas um dos principais braços dessa projeção foi fechado e o orçamento para esse tipo de atividade diminuiu significativamente. Agora, a iniciativa privada será ainda mais relevante nessa seara.
Pois bem, na economia, o próprio fato de Trump ensaiar um retorno ao "Sistema Americano" de Hamilton, com uma política comercial baseada em tarifas alfandegárias objetivando proteger e alavancar a indústria nacional já é um grande feito.
E isso por um motivo simples: desde a Segunda Guerra Mundial os EUA tornaram-se os paladinos do livre-comércio. Eles criaram o Acordo Geral de Tarifas e Comércio através do qual pressionavam outras nações a reduzirem as suas barreiras alfandegárias para os produtos do Bloco Atlântico.
Mais significativamente, os EUA puseram o seu peso por trás de um establishment acadêmico econômico que praticamente relegou todas as teorias e escolas econômicas antiliberais à categoria de "heterodoxia". Isso se ramificou no financiamento de think-tanks liberais ao redor do mundo, inclusive no Brasil, onde esses think-tanks já estão completamente imiscuídos na política e na produção cultural.
O Acordo supramencionado virou a OMC no auge do momento unipolar, quando após a declaração da "Nova Ordem Mundial" por George Bush e o Consenso de Washington, acreditava-se que o mundo estava às portas do "Fim da História", quando todas as nações do mundo se integrariam indistintamente em um caldeirão cosmopolita atomizado, no qual os fluxos de capital, bens e pessoas seriam perfeitamente livres.
Durante todo esse período, era Washington que impulsionava acordos de livre-comércio em todo o mundo, como o mal fadado NAFTA e vários outros que obviamente prejudicariam as economias dos países que os aceitassem.
As declarações públicas de Vance, porém, vão exatamente no sentido contrário e especificamente no sentido de que, na prática, o livre-comércio também foi prejudicial para os EUA, especialmente pela desindustrialização provocada pela Reaganomics e pela ascensão de Estados que, em vez do livre-comércio, lançaram mão de todas as ferramentas de impulso governamental possíveis e imagináveis.
A partir do momento em que o coração do sistema comercial livre-cambista recua e decide impor tarifas alfandegárias a boa parte do mundo, transformando isto em sua principal estratégica econômica, necessariamente se deve prestar atenção no fato de que perdeu-se a fé nos mitos do livre-comércio, especialmente na ilusão das "vantagens comparativas".
Mas a "revolução trumpista" é ainda mais profunda e atinge diretamente a globalização.
No lugar de um mundo cada vez mais integrado, Trump (independentemente de suas intenções) está fraturando ainda mais a comunidade internacional. Seu antieuropeísmo criou a maior distância histórica entre EUA e Europa desde o período De Gaulle e a Crise do Suez, enquanto o Japão, assustado com Trump, se reaproxima da China.
Forwarded from Raphael Machado
Trump está remodelando o mundo conforme seus próprios interesses (que hoje envolvem "cortar custos" e "controlar as perdas"), mas a consequência é que os países terão que se apoiar cada vez mais em seus próprios vizinhos e nas potências de suas regiões, bem como terão que buscar outras referências e outros parceiros bem longe dos EUA.
O mundo pós-Trump estará muito mais próximo do nomos planetário dos Grandes Espaços previsto por Schmitt, onde no lugar de uma cosmópole mundial teremos blocos civilizacionais e continentais estreitamente associados e voltados para dentro.
O mundo pós-Trump estará muito mais próximo do nomos planetário dos Grandes Espaços previsto por Schmitt, onde no lugar de uma cosmópole mundial teremos blocos civilizacionais e continentais estreitamente associados e voltados para dentro.
ENTREVISTA EM RUSSO COM LEGENDAS EM PORTUGUÊS.
No episódio de hoje do "Vozes do Front", subsérie do Observatório Multipolar em que entrevistamos correspondentes de guerra, veteranos do front e outras pessoas envolvidas na linha de frente da Op.Mil.Esp., conversamos com Mikhail Surikov: atleta, veterano de guerra e correspondente militar russo.
Estreia hoje (05/04) às 18h, no canal da NR.
https://youtu.be/4sSAEIqtZis
No episódio de hoje do "Vozes do Front", subsérie do Observatório Multipolar em que entrevistamos correspondentes de guerra, veteranos do front e outras pessoas envolvidas na linha de frente da Op.Mil.Esp., conversamos com Mikhail Surikov: atleta, veterano de guerra e correspondente militar russo.
Estreia hoje (05/04) às 18h, no canal da NR.
https://youtu.be/4sSAEIqtZis
Forwarded from Legio Victrix
https://legio-victrix.blogspot.com/2025/04/jorge-torres-hernandez-as-origens-de.html
"Indagaremos um pouco na origem deste famoso Santo. Já vos adianto que aqui não falaremos de dragões nem de princesas (embora no ícone bizantino que coloquei para ilustrar o artigo apareça o dragão), ao menos não inicialmente, pois a origem do Santo, padroeiro de inúmeros países, regiões e/ou cidades, devemos encontrá-la no Baixo Império Romano. Por sua vez, a popularidade de São Jorge é tamanha que podemos vê-lo reconhecido e adorado não apenas nas Igrejas Ocidentais, como a Católica ou as Protestantes, mas também no Oriente, com as diversas Igrejas Ortodoxas. E não apenas no âmbito do mundo cristão, já que este santo é um caso de sincretismo muito interessante, sendo também encontrado no Islã, onde é chamado por títulos como Al-Khidr (árabe cristão ou muçulmano) ou Mar Djiries (árabe cristão). Quero enfatizar isto, já que a religião maometana recolhe, absorve e incorpora diretamente das religiões abrahâmicas antecessoras uma grande quantidade de elementos. Podemos até encontrar o Santo em diversos ritos afro-americanos desenvolvidos pelas comunidades de escravos que os europeus trouxeram para a América, misturando-se com elementos religiosos trazidos da África e diversas crenças locais. A hagiografia de São Jorge estima que ele nasceu no final do século III d.C. (entre 275/280 d.C.) e morreu em 23 de abril do ano 303 d.C. Sabemos que seu pai pode ter sido um oficial do exército romano chamado Gerôncio, de origem grega, e sua mãe, Policrômia, de origem palestina. Após a morte do pai, provavelmente em algum conflito com os persas sassânidas, Policrômia voltou à sua cidade natal, Lida, também conhecida como Diospólis, sendo a atual cidade de Lod (Israel), onde o pequeno Jorge cresceu e, o mais importante, recebeu uma importante educação e formação cristã transmitida por sua mãe. Mais tarde, o próprio Jorge se alistaria no exército de Roma e começaria uma proveitosa carreira militar, que o levaria a ser Comes e Tribuno, chegando até à guarda pessoal do imperador Diocleciano."
"Indagaremos um pouco na origem deste famoso Santo. Já vos adianto que aqui não falaremos de dragões nem de princesas (embora no ícone bizantino que coloquei para ilustrar o artigo apareça o dragão), ao menos não inicialmente, pois a origem do Santo, padroeiro de inúmeros países, regiões e/ou cidades, devemos encontrá-la no Baixo Império Romano. Por sua vez, a popularidade de São Jorge é tamanha que podemos vê-lo reconhecido e adorado não apenas nas Igrejas Ocidentais, como a Católica ou as Protestantes, mas também no Oriente, com as diversas Igrejas Ortodoxas. E não apenas no âmbito do mundo cristão, já que este santo é um caso de sincretismo muito interessante, sendo também encontrado no Islã, onde é chamado por títulos como Al-Khidr (árabe cristão ou muçulmano) ou Mar Djiries (árabe cristão). Quero enfatizar isto, já que a religião maometana recolhe, absorve e incorpora diretamente das religiões abrahâmicas antecessoras uma grande quantidade de elementos. Podemos até encontrar o Santo em diversos ritos afro-americanos desenvolvidos pelas comunidades de escravos que os europeus trouxeram para a América, misturando-se com elementos religiosos trazidos da África e diversas crenças locais. A hagiografia de São Jorge estima que ele nasceu no final do século III d.C. (entre 275/280 d.C.) e morreu em 23 de abril do ano 303 d.C. Sabemos que seu pai pode ter sido um oficial do exército romano chamado Gerôncio, de origem grega, e sua mãe, Policrômia, de origem palestina. Após a morte do pai, provavelmente em algum conflito com os persas sassânidas, Policrômia voltou à sua cidade natal, Lida, também conhecida como Diospólis, sendo a atual cidade de Lod (Israel), onde o pequeno Jorge cresceu e, o mais importante, recebeu uma importante educação e formação cristã transmitida por sua mãe. Mais tarde, o próprio Jorge se alistaria no exército de Roma e começaria uma proveitosa carreira militar, que o levaria a ser Comes e Tribuno, chegando até à guarda pessoal do imperador Diocleciano."
Blogspot
Jorge Torres Hernández - As Origens de São Jorge
Blog dedicado à apresentação de textos, artigos e entrevistas da Nova Direita, do Eurasianismo e da Revolução Conservadora.
ENTREVISTA EM RUSSO COM LEGENDAS EM PORTUGUÊS.
No episódio de hoje do "Vozes do Front", subsérie do Observatório Multipolar em que entrevistamos correspondentes de guerra, veteranos do front e outras pessoas envolvidas na linha de frente da Op.Mil.Esp., conversamos com Mikhail Surikov: atleta, veterano de guerra e correspondente militar russo.
Estreia hoje (05/04) às 18h, no canal da NR.
https://youtu.be/4sSAEIqtZis
No episódio de hoje do "Vozes do Front", subsérie do Observatório Multipolar em que entrevistamos correspondentes de guerra, veteranos do front e outras pessoas envolvidas na linha de frente da Op.Mil.Esp., conversamos com Mikhail Surikov: atleta, veterano de guerra e correspondente militar russo.
Estreia hoje (05/04) às 18h, no canal da NR.
https://youtu.be/4sSAEIqtZis
Forwarded from Lucas Leiroz (Лукас Лейрос)
Entrevista imperdível com um dos mais experientes e famosos correspondentes de guerra russos, direto do Donbass.
https://youtu.be/4sSAEIqtZis?si=wTkhJK7kw5XodhGI
https://youtu.be/4sSAEIqtZis?si=wTkhJK7kw5XodhGI
YouTube
Vozes do Front #3 | conv. Mikhail Surikov | Observatório Multipolar #111
ENTREVISTA EM RUSSO COM LEGENDAS EM PORTUGUÊS.
No episódio de hoje do "Vozes do Front", subsérie do Observatório Multipolar em que entrevistamos correspondentes de guerra, veteranos do front e outras pessoas envolvidas na linha de frente da Op.Mil.Esp.,…
No episódio de hoje do "Vozes do Front", subsérie do Observatório Multipolar em que entrevistamos correspondentes de guerra, veteranos do front e outras pessoas envolvidas na linha de frente da Op.Mil.Esp.,…
Forwarded from Editora ARS REGIA
Não percam a oportunidade de adquirir Ordo Pluriversalis: O Fim da Pax Americana & a Ascensão da Multipolaridade, do geopolitólogo russo Leonid Savin.
Tendo já tido sua 1ª edição esgotada, a obra voltou a estar disponível e é uma bastante interessante para quem quer pensar caminhos de construção de uma ordem multipolar.
Mandem um e-mail para editora.arsregia@gmail.com e garantam a sua cópia.
Tendo já tido sua 1ª edição esgotada, a obra voltou a estar disponível e é uma bastante interessante para quem quer pensar caminhos de construção de uma ordem multipolar.
Mandem um e-mail para editora.arsregia@gmail.com e garantam a sua cópia.
Forwarded from Raphael Machado
Tem ancap choramingando pela obliteração empreendida pelo Rubão contra o Kogos, falando que o Rubão usou ad hoc, ad hominem e blabla etc.
Amigos, todo vivente sabe que para saber quem triunfou num debate você deve:
1) Checar a fisionomia dos debatedores. Porque o exterior reflete o interior e desvela a verdade, tal como os gregos demonstraram;
2) Identificar os pressupostos filosóficos nos quais os debatedores se sustentam, porque de entendimentos aberrantes de antropologia e de epistemologia não pode emergir conhecimento verdadeiro, apenas sofística;
3) Analisar os argumentos utilizados, especificamente no que concerne a sua correspondência com a realidade objetiva - nunca com base numa lógica autorreferencial. Não importa o lero-lero teórico autojustificado, apenas a correspondência entre aquilo que foi descrito e o mundo.
Assim, seguindo estes critérios rigorosos e científicos, sem nem precisar assistir ao debate, decreto que Rubem Gonzalez venceu e que Paulo Kogos sofreu um holocausto devastador e provavelmente não dormirá esta noite.
Amigos, todo vivente sabe que para saber quem triunfou num debate você deve:
1) Checar a fisionomia dos debatedores. Porque o exterior reflete o interior e desvela a verdade, tal como os gregos demonstraram;
2) Identificar os pressupostos filosóficos nos quais os debatedores se sustentam, porque de entendimentos aberrantes de antropologia e de epistemologia não pode emergir conhecimento verdadeiro, apenas sofística;
3) Analisar os argumentos utilizados, especificamente no que concerne a sua correspondência com a realidade objetiva - nunca com base numa lógica autorreferencial. Não importa o lero-lero teórico autojustificado, apenas a correspondência entre aquilo que foi descrito e o mundo.
Assim, seguindo estes critérios rigorosos e científicos, sem nem precisar assistir ao debate, decreto que Rubem Gonzalez venceu e que Paulo Kogos sofreu um holocausto devastador e provavelmente não dormirá esta noite.