Voz da Nova Resistência
8.1K subscribers
15.8K photos
5.49K videos
26 files
9.44K links
Mídia independente e soberana sobre geopolítica multipolarista e guerra híbrida.

Redes sociais:

Twitter: twitter.com/br_resistencia
Site: novaresistencia.org
Demais links: linktr.ee/novaresistencia
Download Telegram
Forwarded from Raphael Machado
Para um estudo do mito enquanto tal e como emerge a consciência mítica, "Linguagem e Mito" do Ernst Cassirer é uma leitura complementar interessante. Trata (como se pode deduzir) das conexões entre os elementos mencionados no título (mas sem reduzir a relação ao de primazia de um sobre o outro), em uma tese que me parece interessante e que encontra algum amparo naquilo que temos visto nos estudos indo-europeus.
Forwarded from Raphael Machado
Na discussão sobre "o que é pertencer a um povo" tanto os que atrelam essa qualidade ao "ter cidadania" ou "nascer no lugar" quanto os que a atrelam ao "ser descendente" ou "ter sangue" estão nadando na superficialidade.

Esses elementos, de fato, exercem influência sobre o pertencimento, mas não o determinam isoladamente. E para entender isso é necessário compreender que um povo não é um fato da natureza, tampouco um fato geográfico, mas um desabrochar histórico-ontológico e existencial da universalidade humana numa instância circunscrita.

Não há nada na natureza que demarque um povo de outro em exclusividade, tampouco o solo possui qualquer significado aí porque há povos que se mantêm unidos mesmo quando espalhados pelo planeta. A lei das transformações territoriais é independente, em alguma medida dos povos. Fronteiras mudam, e um povo pode se ver dividido entre dois países e seus membros podem passar a ter duas cidadanias diferentes.

Se reconhecermos que o povo é um fenômeno histórico e aceitarmos que essa historicização do povo (ou seja, seu desdobramento) é como uma marcha em direção a - então alcançaremos uma compreensão do povo exatamente como uma comunidade organizada composta por homens que tomaram a decisão de buscar um destino unificado no horizonte.

Pertencer a um povo, portanto, é escolher e aceitar para si a sorte e o azar desse povo em sua marcha, é partilhar suas vitórias e derrotas e, muito mais importante, estar disposto a sacrificar-se, a bater-se com a Morte, pelo povo ao longo desta marcha.

Nisso, os outros fatores retromencionados podem influenciar. Afinal, será mais imediatamente natural que os filhos de um povo abracem o fardo de seus pais, mas isso não é dado. Os descendentes que migram comumente abraçam o destino de um outro povo. Por sua vez, pode acontecer de um filho de estrangeiros na terra daquele povo abraçar integralmente o destino do povo que o acolheu...mas isso também não é dado, e também é raro (veremos isso quando os europeus voltarem a guerrear).

No que concerne o tema, porém, mais me preocupa o fato de que para além de documentos oficiais o fenômeno que vai se tornando dominante é o da apatridia.

Na maioria dos países das Américas e Europa, números crescentes de homens não nutrem qualquer senso de solidariedade e pertencimento com o destino de seu povo. Quanto aos imigrantes e seus descendentes, nem se integram realmente no destino nacional, nem seguem pertencendo ao seu povo original, ficam num limbo.

É um fenômeno de desenraizamento generalizado que aos poucos vai empurrando a humanidade para um estado de nomadismo planetário no qual os povos só existirão como formalidades burocráticas em passaportes e identidades, mas não existirá qualquer povo (e, portanto, qualquer cultura e qualquer tradição) imbuído de uma missão histórica sobre a face da terra.
This media is not supported in your browser
VIEW IN TELEGRAM
🇮🇱🇵🇸🚑 Vídeo de 23 de março do momento em que o comboio de ambulâncias do Crescente Vermelho foi atacado por forças sionistas israelenses em Rafah.

➡️ Rifaat Radwan, um paramédico e uma das vítimas, filmou seus momentos finais na câmera, durando quase 7 minutos antes de ser morto no ataque.

Suas últimas palavras foram:
"Perdoe-me, mãe. Este é o caminho que escolhi — ajudar as pessoas."
🇨🇿/🇮🇱/🇺🇸 A República Tcheca negou relatos da mídia hebraica de que planeja se tornar o primeiro país da UE a mudar sua embaixada para Jerusalém a pedido de Donald Trump.
🇷🇺 Milhares de civis sírios fugiram para a Base Aérea russa de Khmeimim, a fim de buscar refúgio dos crimes e punições coletivas do HTS.

O comandante da base russa diz que garantirá pessoalmente a segurança de todos aqueles que fugiram e pediram asilo.
Forwarded from Raphael Machado
Em 12/04 estarei em São Paulo para ir no Podcast 3 Irmãos.
This media is not supported in your browser
VIEW IN TELEGRAM
🇮🇷/☢️ O membro do Parlamento iraniano, Mohammad Qasem Osmani, defendeu o desenvolvimento de armas nucleares:

"Todos sabemos que nosso querido país, com a entrada do Ano Novo, está passando por momentos sensíveis, históricos e decisivos.

Em face das ameaças existenciais de nossos principais inimigos, devemos entrar no caminho do desenvolvimento imediato e implacável de armas nucleares.

O conhecimento nuclear, considerando todos os custos que o país pagou por ele, deve vir ao resgate em todos os lugares, especialmente no campo da segurança nacional, e a capacidade nuclear finalmente nos levará a conduzir negociações em termos iguais."
No episódio de ontem de "Vozes do Front", subsérie do Observatório Multipolar em que entrevistamos correspondentes de guerra, veteranos do front e outras pessoas envolvidas na linha de frente da Op.Mil.Esp., conversamos com Mikhail Surikov: atleta, veterano de guerra e correspondente militar russo.

Não deixem de assistir!

https://youtu.be/4sSAEIqtZis
Forwarded from Observatório Econômico-NR (Arthur Pavezzi)
Após o tarifaço de Trump enterrando a globalização e a aldeia global, as bolsas de valores pelo mundo derretem. Ainda nessa madrugada, a bolsa do Japão, Nikkei 225, amanheceu derretendo, muito similar à quebra de 1987. Veremos ainda muitas quedas nas bolsas pelo mundo e também nas commodities.

O queda nos preços e nos ativos resultará em um aumento na procura por títulos governamentais, levando a queda nos juros. Tudo converge para uma espiral deflacionária com queda nos juros globais, além de uma queda brusca nas "cadeias globais de valor", com um aumento nas produções locais para consumo local.
Forwarded from Editora ARS REGIA
As medidas emergenciais tomadas durante a crise sanitária da Covid-19 foram apenas decisões técnicas e científicas dirigidas a salvaguardar nossas vidas... ou terão havido outras intenções?

O filósofo italiano Diego Fusaro mergulha nesse tema e desvenda os fundamentos filosóficos das respostas políticas à pandemia em Golpe Global: Capitalismo Terapêutico e Grande Reset.

Garanta já a sua cópia pelo e-mail editora.arsregia@gmail.com
"A sexualização universal da sociedade triunfou à custa do bem-estar pessoal e da sexualidade equilibrada. As mídias conectam a sociedade em um gigante universo sexual virtual, um simulacro feito de imagens e palavras. Esse mundo onírico consistindo de todas as formas de erotismo – desde a doçura do amor sexual benéfico e equilibrado até às fantasias orgiásticas da pornografia – virou um ideal de massa, mas um inferno no nível individual: o imperativo categórico da satisfação sexual se tornou impossível de atingir. Sonha-se com bolo de chocolate, mas não existe nenhum bolo de chocolate."

- Guillaume Faye
Forwarded from Raphael Machado
O discurso político no Brasil está totalmente estagnado, e eu diria que a falta de adesão popular a quaisquer manifestações políticas é basicamente expressão de uma falta de entusiasmo pelas narrativas políticas e seus enunciadores.

Eu, particularmente, não aguento mais ouvir qualquer coisa vinda do Lula, do Bolsonaro, do Ciro Gomes ou dos liberais de vários matizes. É tudo extremamente repetitivo e sem graça.

Estamos num deserto de ideias.

A repetição tediosa do mesmo predomina, como se os brasileiros estivessem em um labirinto sem saída.

Naturalmente, como em todo deserto, há alguns oásis de vitalidade política, onde coisas empolgantes são discutidas, mas esses pequenos e preciosos oásis não têm impacto suficiente para fazer a diferença em escala nacional.

O Brasil precisa de um novo porta-voz "selvagem" (ou seja, fora do controle e da domesticação do establishment, como era o Bolsonaro pré-eleição) apto a fazer uma terapia de choque na cabeça da massa.
Forwarded from Editora ARS REGIA
Qual é o vínculo entre o politicamente correto, o feminismo e a ideologia de gênero? Quão profundas são as diferenças entre os sexos e qual é a viabilidade de negar essas diferenças?

O filósofo francês Alain de Benoist aborda esses temas em um aprofundamento histórico e metapolítico dos principais argumentos utilizados para debatê-los.

Garanta já a sua cópia pelo e-mail editora.arsregia@gmail.com
Forwarded from Raphael Machado
Quando Margaret Thatcher morreu, multidões foram às ruas no Reino Unido e, mais ainda, na Irlanda. Sem papas na língua, os catolicíssimos irlandeses celebravam: "A puta está morta!" (os mais educados trocavam "puta" por "bruxa").

Em situações assim, os apóstolos do bom mocismo (em sua maioria, gente hipócrita e infeliz) apareciam para simular indignação diante das comemorações. Afinal, onde está o "perdão", o "amor cristão", a "misericórdia" de comemorar a morte de alguém?

Usualmente vemos o mesmo tipo de fenômeno se repetir. Morre alguma figura política relevante, um certo número de pessoas comemora, e rapidamente correm os fiscais da moralidade para admoestar contra tamanho "absurdo".

Esses pretensos porta-vozes de Jesus Cristo, porém, deveriam recuar alguns passos humildemente e estudar um pouco melhor o tema. O argumento utilizado por eles é a injunção de "amar o inimigo", de modo que deve-se cultivar uma certa abertura para o Outro mesmo diante das mais graves ofensas e injúrias contra si. Na medida do possível, deve-se buscar perdoá-lo e, certamente, condoer-se por sua alma diante da morte.

O problema aí é que os modernos tomam como dado o significado do inimigo bíblico, e acham que o mandamento apontado possui validade universal para todo e qualquer tipo de desafeto. Não é assim, e isso fica mais claro quando retornamos ao grego e ao latim.

Nós tendemos, nos tempos atuais, a usar a palavra "inimigo" com uma abrangência maior do que a palavra possuía nesses idiomas (relevantes para a exegese bíblica correta) e nas palavras do Nazareno. Os romanos distinguiam entre inimicus e hostis, tal como os gregos distinguiam entre ἐχϑρός (ekthros) e πολέμιος (polemios).

Inimicus/Ekthros é o inimigo privado ou pessoal. Hostis/Polemios é o inimigo público ou político.

O inimicus é a figura com a qual se tem uma desavença por motivos ou incômodos pessoais, por desentendimentos fundamentalmente particulares que não transcendem a esfera privada. É o vizinho fofoqueiro, o parente caloteiro, o colega difamador, o torcedor de time adversário que te agrediu, etc.

O hostis é a figura com a qual se está em uma relação de oposição por motivos essencialmente públicos. É o estrangeiro de um país hostil com o qual se está em guerra, o adepto de uma ideologia que se considera ruinosa para o povo, o traidor de uma causa política que atende aos interesses públicos, o inimigo da fé, etc.

É evidente que o inimigo com o qual Cristo quer que seus seguidores se reconciliam e amem é o inimicus, o inimigo pessoal, o "próximo" que te ofendeu, prejudicou, caluniou, atrapalhou. E isso é orientado por Cristo - entre vários outros motivos - pela sabedoria fundamental em relação à corrosão da alma humana pelo rancor e pelo ressentimento (há, portanto, algo de "nietzscheano" nessa injunção, que nem Nietzsche percebeu claramente [apesar de haver 1-2 aforismos em que ele parece intuir isso]).

Cristo não quer que amemos o hostis, o inimigo público, o inimigo político, o traidor da causa, o inimigo da fé, porque - em geral - não existe a disposição rancorosa e ressentida em relação a este. Simplesmente se entende que ele é um adversário a ser destruído e ponto final, "não é nada pessoal". Ademais, estaríamos diante de um mandamento impossível por causa da dimensão política (e, portanto, potencialmente conflituosa) que é intrínseca ao homem.

Isso é demonstrado com clareza nas elaborações de Santo Agostinho no seu Enchiridion, bem como por São Tomás de Aquino na Suma Teológica, Questões 25 e 40, no sentido de que o "inimigo" a ser "amado" é o "próximo", aquele que te odeia ou te fez mal. Simultaneamente, é legítimo guerrear e confrontar um inimigo em um contexto adequado de natureza política e sob determinadas condições de legitimidade. Acrescente-se, ademais, que no grego comanda-se: "ἀγαπᾶτε τοὺς ἐχθροὺς" (agapate tous ekthrous), usando-se um termo grego para amor (agapan) que significa mais caridade e benevolência do que qualquer outra coisa.
Forwarded from Raphael Machado
Aqui é necessário pontuar que se a distinção na Antiguidade quase sempre acompanhava a linha de demarcação entre nacional/estrangeiro, na Modernidade liberal-democrática, em que as sociedades estão fundamentalmente fragmentadas e sempre potencialmente à beira de uma guerra civil, é perfeitamente natural ressaltar essa distinção política em uma esfera interna e tratar o adversário político pelas mesmas concepções que legitimam a hostilidade ao estrangeiro hostil.

Mas isso nem é tão novidade assim, os romanos do "partido popular" (os cesaristas) como Marco Antônio e, especialmente, Augusto, na contramão do modo romano usual, passaram a tratar os optimates como "hostes" (o plural de hostis, aliás) mesmo que eles fossem cidadãos romanos. Em outras palavras, existe legitimidade em dar um caráter público e total à inimizade entre partidos, ou à inimizade contra um traidor de seu partido.

Em suma, não falta com qualquer dever de caridade o homem que comemora a morte de um inimigo público ou político.