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Perfil oficial da escola de Filosofia Nova Acrópole
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Iniciamos a semana da arte com essa inspiradora reflexão na noite de ontem, 03, na palestra sobre o gênio da pintura Alma-Tadema com a Prof. Juliana Limeira.
O evento continua até o dia 09 e está sendo transmitido no nosso canal do youtube.
Assista a palestra de ontem nesse link: https://youtu.be/FwN8BSaX7yQ
“Quando há um sentido de beleza, tudo o que se faz obedecendo a esse sentido belo será. Da mesma forma, ao haver um sentido de virtude ou de retidão, a medida que se entra em ação, tudo que se faz, pensa ou sente é correto e belo”.

Estas palavras tão inspiradoras, e todo o artigo do mesmo autor, são uma ode à beleza em seu aspecto mais elevado, como uma forma de se afastar dos problemas cotidianos e deixar que a alma respire livremente.

Em primeiro lugar, é necessário esclarecer que quando nos referimos ao “sentido” da beleza, não nos referimos a nenhum dos cinco sentidos habituais. Este é um “sentido interno”, para lhe dar um nome, que está mais relacionado com as percepções interiores e com a intuição.

Esse sentido nos traz várias perguntas e também considera a Beleza sob vários ângulos, tão sutis que as palavras sempre serão pobres para expressar.

O que é a Beleza? Poderíamos defini-la de uma maneira que pudesse ser válida para todas as pessoas?

Não, é quase impossível defini-la porque cada um faria de uma forma diferente, de acordo com sua própria personalidade, a variação dos seus estados de ânimo, suas experiências, suas vivências, seus hábitos, preconceitos… também o faria de acordo com sua maturidade, quando os anos realmente nos permitem amadurecer com as experiências.

Então, teríamos que aceitar que a Beleza é uma questão de opinião?

Também não podemos considerar assim, ainda que, infelizmente, a Beleza, como muitas outras percepções internas, foi manipulada até acomoda-la às modas e todo o dinheiro que se pode obter a partir daí.

Hoje comerciamos com o feio ou o absurdo porque fomos habituados a concordar com o que todos aprovam, sem nos importar com os porquês. Em muitas ocasiões nos perguntamos: por que temos que aceitar o feio, o que nos produz rechaço, o que nos obriga a reconhecer que não compreendermos nada, só pelo fato de que é o que todos aprovam, o que mais vende ou que está na vanguarda da moda?

Em vista de tal situação, precisamos buscar uma Beleza verdadeira que, ainda que indefinível, ao menos seja captada por todos e seja perdurável ao longo do tempo. Uma Beleza atemporal e arquetípica, um modelo que sempre cause admiração e desejos de unir-se à harmonia que emana.

A ideia arquetípica da Beleza nos leva a diferenciar a beleza exterior da beleza interior.

A beleza exterior se fundamenta sobretudo nas formas que, gostemos ou não, mudam e se destroem. A beleza interior pode ser subjetiva, e de fato é, mas é capaz de encontrar a essência de todas as coisas quando se buscam os elementos permanentes, além das formas. Para isso, temos que utilizar uma forma especial de ver, de ouvir e de perceber em geral.

A Beleza se aprecia instantaneamente quando a consciência está serena e não condicionada às circunstâncias nem às opiniões. É captada como um impacto de proporções harmoniosas, nem sempre consciente, mas que, no entanto, desperta uma parte desconhecida da própria consciência.

O mais importante é que apesar de não poder definir a Beleza nem conhecer a própria consciência em profundidade, se produz uma mudança benéfica, uma tendência tranquila à concentração, a reflexão, a unidade, sem elaborações mentais que destruiriam esse estado de ânimo que está além de todo sentimento.

Esta Beleza não resiste ao pensamento analítico; o inclui sem pensa-lo. O intelectualismo a destrói. Ao contrário, a Beleza profunda produz emanações de delicadeza, sensibilidade, refinamento, equilíbrio, eficácia na expressão; nos aproxima da retidão, da compreensão e do amor.

A Beleza arquetípica se reflete de maneira natural nas formas belas.

Poderíamos afirmar que toda a Natureza é bela porque não busca os adornos artificiais, por que não “sabe” que é bela, simplesmente é, por isso impacta a alma. Porque tudo na Natureza tende à evolução, o que significa que tende à sua própria verdade essencial, e, por conseguinte, à Beleza.
Também podemos afirmar que a Arte é beleza, ainda que entraríamos em uma polêmica similar à da definição da Beleza. É certo que teríamos que especificar o que entendemos por Arte. Há muitas formas da verdadeira Arte e são aquelas que comovem a alma e nos harmonizam. São aquelas que nos fazem esquecer por um momento de nós mesmos e nos introduzem em um mundo especial no qual nos submergirmos com verdadeiro prazer interior.

A Arte com Beleza integra a consciência, quase sempre dispersa no superficial, produzindo uma concentração agradável, espontânea e harmoniosa. Não importa que não conheçamos tecnicamente alguma arte determinada. Simplesmente apreciamos o efeito artístico dessas técnicas.

Por esses infortúnios que distorcem as sociedades humanas, aceitamos como arte qualquer expressão no qual prevalecem a desagregação, o agrupamento desordenado das partes, sem relação entre si. Assim, perdemos o maravilhoso valor da unidade da verdadeira obra de arte.

Toda arte tem suas técnicas e seus regulamentos: todos os artistas devem conhecê-las, mas, tendo as dominado, entram no mundo da inspiração, onde as regras não estão tão à vista, senão o seu efeito profundo que é propriamente a Beleza

Repetimos as palavras de Sri Ram: Dizem que todas as artes aspiram à música, há nelas uma tentativa de aproximar-se da música, que é a mais subjetiva de todas as artes, por que é etérea, sutil e semelhante aos movimentos da consciência. Há nela e, por consequência, nas Artes, uma harmonia em movimento, como uma linha melódica que inclui as combinações rítmicas e harmônicas.

Por isso é nosso dever colocar às crianças em contato com a Beleza o mais cedo possível para que, à medida que desperte sua consciência e se estabilize, possam vê-la onde quer que estejam. E se não o fizemos até agora, sempre é um bom momento para voltar a sentir-se crianças tão puras e simples para descobrir mundos maravilhosos de mão com a imaginação."

Artigo: O sentido da Beleza de Délia Steinberg Guzman, presidente honorária de Nova Acrópole
Programação de hoje da semana da arte.
🎭_*"William Shakespeare, o Teatro e a Vida"*_ - Com a professora Kelly Aguiar
William Shakespeare (1564-1616) revolucionou o teatro e a arte com uma linguagem capaz de expressar o que pensamos e sentimos em todas as suas nuances. Nesta palestra on-line, a Profa. Kelly Aguiar faz um resgate do teatro pedagógico através da obra de Shakespeare e revela alguns mitos por trás do clássico como Romeu e Julieta.
_*Assista aqui:*_ bit.ly/TeatroShakespeare
Live de hoje. Imperdível!
Daqui a pouco começa!!
Fechamos a semana com chave de ouro. Agradecemos a todos que acompanharam o evento.
"A Beleza (...) é um verdadeiro lar para consciência que retorna para o seu próprio centro e se renova."
Prof. Juliana Limeira na palestra sobre o pintor Alma-Tadema durante a semana da arte no nosso canal do youtube.
Assista a palestra: https://t.co/dCTc5zg8Ny https://t.co/FmgbsW5MXL
“Palavra” - poema de Lúcia Helena Galvão, declamado por Eleonora Alves

https://youtu.be/jg1pqzB1Vmg

PALAVRA

O que há para calar?
O que há para ser dito?
O que há, enfim,
de fugaz e ilusório
ou de autêntico e infinito?

O que espera de nós
Quem nos deu voz?

Palavra é ritmo, é canção...
Expressa o que se processa
do que é vivido.

Palavra se reduz a vibração;
marca e evoca a simpatia
entre a voz e o coração.

Palavra veraz traz à vida
a essência adormecida
em cada imagem invocada...

Ao constituir som ou ruído,
a palavra porta a vida,
a palavra porta a morte
ou a palavra porta o nada...

O que espera de nós
Quem nos deu voz?

Onde encontrar a palavra essencial?
Onde o canal
que traz ao mundo a mensagem prometida?

Esse tardar é razão da maior fome,
tardar de um Nome
que traga em si a identidade e a missão
a ser cumprida...

Essa é a fome que nos leva a questionar
ardentemente,
mas sempre um questionar mudo em palavras,
vazio, somente,
lacuna escura da Palavra a ser ouvida...

E, a cada passo, indaga a voz do Universo,
em ânsia, em cânticos, em preces e em versos:

“O que espera de nós quem nos deu Vida?”

Poema da Prof. Lúcia Helena Galvão, declamado por Eleonora Alves, aluna e voluntária da Nova Acrópole de Cuiabá.
(...) Pensemos um pouco. O fácil em si não existe. Se perguntássemos a cada pessoa o que é que considera fácil, todas responderiam de maneira diferente.

Existe o que sabemos e podemos fazer e o que não sabemos nem podemos fazer. O fácil é o já aprendido, o que já se dominou e se realiza com desenvoltura. Quando, onde e como o aprendemos? O certo é que o aprendido e o assimilado se reflete como certa facilidade para atuar na vida.

Do mesmo modo, o difícil em si não existe. Depende da pessoa e seu saber acumulado. O que não se conhece, o que se apresenta como algo novo, tem a máscara do difícil. É provável que, por não saber resolver a situação, se continue dizendo “difícil” durante muitos anos a uma mesma coisa, que já não é tão desconhecida nem nova, mas repetitiva e temida. A experiência do medo e do temor ao novo não é a que nos leva a superar o difícil.

Precisamente, para evitar as dificuldades, é preciso evitar todo indício de temor.

É natural que a vida esteja repleta de coisas difíceis. Todos viemos ao mundo para aprender, para somar novos conhecimentos. Se tudo fosse sempre fácil, deveríamos estar atentos: ou estancamos no que já sabíamos ou nos tornamos inconscientes para não reconhecer os novos degraus.

O difícil é o que nos coloca frente a frente com o que nos corresponde adquirir neste momento, com o que, parecendo uma dura prova, é, no entanto, o exercício indispensável para que as experiências abram passagem na consciência.
Trecho do artigo "O Fácil e o Difícil" de Delia Guzman, presidente honorária de Nova Acrópole.