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Kalevala, a grande epopeia mítica da Finlândia, narra a trajetória humana através da jornada de seus heróis em busca da superação de seus limites. Como todo mito, a história se desenrola em uma rica linguagem simbólica.

Nesta nova palestra, a profa. Ana Cristina Machado, nos apresenta, de forma sintética e acessível, algumas interpretações valiosas do mito para nossa vida cotidiana.

😁 *Kalevala, lições para a vida da epopeia mítica da Finlândia*
🎥 Palestra Gratuita no Youtube
🗓️ *Já disponível no canal*

🗣️ Com a professora Ana Cristina Machado

https://www.youtube.com/watch?v=8_GlGeHhraM
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Filósofos e sofistas
Se a evidência foi, em muitas épocas da evolução humana, um elemento de conhecimento e constatação das coisas, é evidente que a História se repete. Com aparências ligeiramente modificadas, com circunstâncias pouco variadas, são as mesmas forças, as mesmas ideias que se apresentam em um jogo de opostos que talvez contribua para o equilíbrio definitivo da evolução.

Há muito tempo, cerca de 2.500 anos atrás, viveu-se na Hélade um confronto público, político e moral entre sofistas e filósofos. Pode ter parecido um evento exclusivo dessa civilização. No entanto, sempre existiram, existem e parece que continuarão a existir sofistas e filósofos.

Quem eram esses sofistas da época?

Eram personagens de variados conhecimentos, com excelente oratória e uma extraordinária capacidade de demonstrar uma coisa e também o contrário dessa mesma coisa. Sua função era formar os jovens atenienses para as confrontações da nascente democracia; era preciso desenvolver habilidades que se ajustassem às necessidades políticas do momento. Pouco importava a verdade ou o encontro com o divino; o determinante era a felicidade humana no presente e a variedade de opiniões diante de uma Verdade que parecia distante e inacessível.

Em resposta a esse florescimento sofístico, aparece Sócrates em cena. Ele é filósofo amante da verdade, que prefere perder a aprovação do público para estar em paz com sua própria consciência. Precisamente sua missão – segundo suas próprias palavras – não era enriquecer os cidadãos ou dotá-los de um conjunto mais ou menos extenso de conhecimentos; ele queria despertar as consciências para melhorar os homens. Ele sempre preferiu o papel de mestre ao de político.

Se os sofistas cobravam por seus ensinamentos e, consequentemente, escolhiam seus discípulos por seu poder social e econômico, Sócrates se negava a colocar um preço em suas aulas e escolhia seus discípulos pela disposição moral e intelectual que lhes permitiria desenvolver com mais potência suas virtudes adormecidas.

Como terminou esse confronto? O resultado é bem conhecido. Mais uma vez, a opinião prevaleceu sobre a sabedoria, a falácia sobre a verdade, os interesses criados sobre a justiça. Sócrates bebeu a cicuta, pois sua morte não podia contradizer os princípios que havia pregado com o exemplo ao longo de toda sua vida.

Hoje os nomes são diferentes. Os sofistas são muitos e os encontramos a cada passo, revestidos das mais diversas denominações. Mas suas ações e finalidades são as mesmas de então.

Por outro lado, e também como naquela época, são muito poucos os filósofos amantes da sabedoria e coerentes com suas próprias ideias. Esses poucos, caso existam, são ferozmente combatidos e acusados das mesmas calúnias que há séculos acabaram com a vida de Sócrates: corrupção da juventude e negação dos verdadeiros deuses.

Alguns historiadores chegam a dizer que Sócrates nunca existiu e que foi simplesmente uma invenção necessária de Atenas para oferecer um modelo moral diante da degradação dos costumes. Não acreditamos que tenha sido assim; mas, em todo caso, se estivéssemos lá, é provável que tivéssemos “criado” a figura desse Sócrates arquetípico. O que for necessário, inventá-lo ou plasmá-lo, seja na presença de um só gênio da estatura de Sócrates, seja na soma produtiva de todos aqueles que amam o verdadeiro conhecimento e anseiam vivê-lo mais além de críticas e limitações.

A história se repete, e a escolha também: filósofos e sofistas?

Delia Steinberg Guzman, presidente honorária de Nova Acrópole
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Seja um ser humano melhor! Desenvolva virtude
Palestras gratuitas sobre o tema:
Resiliência: https://youtu.be/iDPZJ1_nxbA

Fraternidade: https://youtu.be/e7d7EKRxR50

Amor: https://youtu.be/QWiNKqHn7DA

https://youtu.be/MbofNoF_Pgg

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Generosidade: https://youtu.be/cf8gDtjMMEc

Beleza: https://youtu.be/nRhDpAObf7k

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A Beleza das virtudes: https://youtu.be/2_ArC4fGchY

Gentileza : https://youtu.be/iDPZJ1_nxbA

Vida moral segundo Sócrates: https://youtu.be/D20QU9mYh7I

Vontade: https://youtu.be/zF4TQyjAOm0

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Michelangelo, o escultor da obra-prima em mármore, a estátua de David, tinha a incrível capacidade de enxergar a bela forma em uma pedra não esculpida. Ele ficou famoso por dizer: 'Eu vi o anjo no mármore e esculpi até libertá-lo.' Embora suas palavras tenham sido possivelmente romantizadas, a essência é clara: ele conseguia ver o potencial oculto na pedra e sabia exatamente como cinzelar para revelar essa beleza.

Da mesma forma, em nossa jornada de autoconhecimento, podemos desvendar nossas forças e virtudes ocultas que já existem em nós. Ao olharmos para dentro, podemos revelar nossa beleza e potencial interiores. Isso requer perseverança para eliminar tudo o que bloqueia nosso crescimento, como tendências e hábitos que não nos servem.
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"O Cosmos também está dentro de nós, nós somos feitos de poeira de estrelas. Somos uma forma do Cosmos se autoconhecer." Carl Sagan

Desde a antiguidade, o ser humano tem um questionamento que o acompanha durante todas as épocas: qual a origem do Universo?

Egípcios, Persas, Gregos, Romanos, Maias, Astecas, Chineses… todas as culturas através de suas próprias mitologias, trouxeram respostas sobre como tudo começou.

Paralelo a isso, também temos a astronomia, física e toda a ciência em busca de explicações e teorias sobre de onde viemos.

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SOBRE A ACROPOLEPLAY: Dezenas de séries, leituras comentadas, podcasts e outros exclusivos com nossos professores.

Todo o lucro obtido com a Acrópole Play é destinado aos projetos sociais e culturais desenvolvidos pela Nova Acrópole no Brasil, como o Criança para o Bem e o Instituto Paraense de Educação e Arte – IPEA.

🙆‍♀️🙋‍♂️Os Programas atendem mais de 400 estudantes de segunda a sábado, no contra turno escolar e tem como filosofia o desenvolvimento de virtudes com o propósito de contribuir com a formação humana, solidária e cidadã das crianças e jovens.

A virtude é o fio condutor que permeia as práticas das diversas oficinas como o balé, a música, a poesia, o esporte, o acompanhamento escolar, o artesanato, o desenho, entre outras.
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Esta necessidade de uma condição moral que provenha de uma natureza essencialmente pura, do próprio Ser, está assinalada por Platão, na totalidade das suas obras, e também por seus seguidores, incluindo Kant, há mais de vinte séculos.

Não houve nenhum filósofo nem pensador que colocasse em dúvida tal necessidade, apesar de que com a queda do Mundo Clássico, isso, tão evidente por si mesmo, ficou condicionado a prévias razões teológicas, políticas e sociais, quando não simplesmente econômicas.

Ao desenvolvimento da mecânica instrumental no campo físico, juntou-se um processo similar no metafísico, ficando o indivíduo paulatinamente enterrado num lamaçal que poderíamos chamar “culto ao procedimento” e ainda das procedências.

Assim, a bondade própria do homem está condicionada à sua religião, à origem familiar, geográfica, racial, e a muitos outros condicionamentos que encheriam páginas inteiras de um detalhado mostruário de preconceitos e superficialidades.

A Humanidade deixou-se ofuscar pelos planos e sistemas, pelas formas dos receptáculos em vez dos conteúdos. Face à quebra da plataforma ética recorre-se às fórmulas mais ou menos utópicas dos receituários, pois ao se conceber o mal como algo real – que já não é a simples carência do bem, mas uma presença consistente –, apela-se aos exorcismos de todas as cores. O Ser passa para segundo plano, condicionado aos aparelhos que, em teoria, criarão, mediante a oração ou a razão, o Homem perfeito a partir das suas próprias imperfeições.

Uma imagem prática seria pretender que, se empilhássemos ladrilhos de barro de determinada forma e maneira, poderíamos construir uma parede de pedra dura, sólida e forte, fazendo com que a “magia” do conjunto transmutasse a natureza do individual e singular.

A massificação espiritual precedeu em muitos séculos as modernas linhas de montagem, e sem medir a realidade, pensou-se que empilhando o parcial com o parcial dar-se-ia à luz uma criatura repleta de virtudes e bondades, idêntica aos seus precedentes e aos que lhe sucedessem. Quando muito, admitiu-se a evolução das formas baseada nos fracassos e acertos da experiência.

Mas, o importante deixou de ser o Homem para se dar prioridade ao conjunto dos homens, como se estes fossem uma mera invenção dos sistemas, homens aos quais os próprios sistemas dariam o direito à sobrevivência por meio das suas adaptações e perda de toda a característica própria… nos casos em que esta fosse aceitada como tal.

Os produtos das linhas de montagem seriam qualificados segundo a sua proveniência, quer dizer, segundo qual sistema que os havia engendrado.

Os cristãos eram bons, os “pagãos” maus. De Santiago fizeram um “mata-mouros”.

Os nobres tem “sangue azul” e os demais são “vilões”.

O povo é bom e os reis são maus… Viva a guilhotina! O operário é bom e o chefe é mau.

O militar é mais importante do que agricultor, ou vice-versa.

O “povo eleito”… “O povo de Deus”… Em resumo, os “bons” que, para existirem, necessitam dos “maus”.

E esse denominador comum faz com que se fale dos cristãos, dos judeus, dos muçulmanos, dos ateus, dos brancos, dos negros, dos ricos, dos pobres, dos sábios e dos ignorantes. É o racismo de todas as cores.

Esta aspiração massificante numa redenção coletiva, e numa destruição também coletiva dos que não participem na tal redenção, classe ou partido, coloca toda a esperança nos sistemas, credos, raças e aceitações. O homem singular perde importância. E até se torna inconcebível alguém que não esteja inserido e militando no partido ou na seita em moda.

Contudo, o fracasso fático do comunismo, do fascismo, do nazismo e do capitalismo com as suas respetivas características políticas, sociais e econômicas, semeou no povo a dúvida acerca da eficácia dos sistemas.

Não obstante, apesar de que, talvez orquestrados por poderosas fontes de poder, quase todos os povos da Terra clamam pela democracia e pelo direito ao voto, cerca de 50% se recusa a fazê-lo, e onde é obrigatório, vota-se em branco ou boicota-se deliberadamente as listas pré-fabricadas pelo
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sistema.

Excetuando algumas modalidades do Islã, nas religiões ocorre o mesmo, e embora nos mapas demográficos venha apontado, por exemplo, que a Itália é católica, a realidade é que as igrejas estão cheias de turistas curiosos, os mosteiros estão vazios, convertidos em centros de reuniões alheias à religião e o próprio Papa é alvo de anedotas acerca da sua nacionalidade ou dos seus costumes. É evidente que, o que tradicionalmente se entendia por “sagrado” está muito longe de tudo isto.

É aceitável pensar que a solução para este problema passe pela simples compreensão de que o que realmente importa não são os sistemas, mas os homens que os integram. E que a qualidade moral destes homens é o fundamental.

Já pouco importa que um país esteja governado pelas “direitas” ou “esquerdas”, que o seu regime seja presidencial ou monárquico. O que é válido é se o homem ou os homens responsáveis pela administração de um país, são gente boa, honrada, justa, valorosa e competente.

O pior dos sistemas, se for integrado e conduzido por homens bons, traz felicidade para o povo, riqueza, bonança e paz. O melhor dos sistemas, se os seus governantes forem pessoas carentes de moral, será um suplício para os governados.

O mito da redenção coletiva através dos sistemas demonstrou a sua falibilidade. No transcurso do tempo, o mais organizado e natural dos sistemas desmorona-se rapidamente se não for mantido por homens e mulheres honrados, morais, em uma palavra: BONS.

O que necessitamos não é que triunfem determinadas facções ou seitas políticas, sociais ou religiosas. O que necessitamos é de homens bons e que a esses homens bons, reconhecendo-os como tais, se os deixe ter as máximas responsabilidades em todos os campos. Se assim se fizesse, eles a aceitariam, não por ambição, mas por espírito de generosidade e de solidariedade.

Se, voltando a Platão, o bom sapateiro tem o dever de fazer sapatos para todos; o bom alfaiate, roupas para todos etc, aquele que se governa a si mesmo, que domina as suas paixões e verticaliza as suas ideias com a força da sua vontade, há de ser o mais apto para aplicar aquilo que nele é vantajoso a todos os membros da sua comunidade.

“Se conseguirmos apoiar os homens bons e lhes dermos os instrumentos culturais necessários, estes poderão integrar qualquer forma de governo, pois qualquer forma de governo em suas mãos será eficaz.”

Se um homem bom estiver à frente de uma religião, qualquer que seja, despertará nos seus crentes a presença de Deus, pois a verão refletida em si e possível.

Se um homem bom se dedicar à arte, à ciência ou a qualquer outra atividade, esta ver-se-á iluminada pela sua própria bondade, não importando o caminho que tome, pois na sua bondade escolherá sempre o melhor.

É necessário consciencializar que não basta passar do século XX ao XXI para que cessem os racismos, as perseguições, os enriquecimentos ilícitos, os genocídios; o que faz falta é mudar “por dentro”, esotericamente, para que as máquinas contaminantes dos sistemas deem lugar aos homens bons.

É preciso encontrá-los, assinalá-los e apoiá-los.

Para um homem, não há maior inimigo do que um outro homem se este for mau, nem melhor amigo e ajuda do que um outro homem, se este for bom.

Sejamos valentes e comecemos a jogar na caixa de lixo da História os sistemas nefastos que nos regem, para que, sobre os seus escombros, possa caminhar esse Homem Novo, cuja característica principal é a de ser bom.



Jorge Angel Livraga, fundador de Nova Acrópole.

Publicado na Revista Nueva Acrópolis n. 171. Madri, Espanha, maio de 1989.
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